A manifestação de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que começou às 9h e terminou por volta das 14h deste domingo (12/09), também teve baixo movimento. A reportagem identificou um grupo com cerca de 30 pessoas, na Esplanada dos Ministérios, onde eles percorreram com um carro de som desde o Museu Nacional até a Avenida José Sarney, paralela à Avenida das Bandeiras.
Durante a maior parte da manhã, a Polícia Militar contou com dois carros no bloqueio feito próximo à Rodoviária do Plano Piloto. Por volta das 10h20, um carro de uma motorista de Goiânia, em visita a Brasília, foi liberado para passar pelo bloqueio policial, pois precisava ir no sentido Asa Sul. Um policial explicou que autorizaram a passagem dela pelo fato da mulher não “saber andar muito bem na cidade”. A princípio, as vias S1 e N1 teriam de ficar bloqueadas para o trânsito de veículos.
A aposentada Ivone Luzardo, 62 anos, veio do bairro Jardins Mangueiral para a manifestação. “Estamos em um grupo pela liberdade de expressão e pelo passaporte sanitário, porque não concordamos que as pessoas percam o direito de decisão e a liberdade de expressão, de ir e vir. Nosso presidente já fez o que era necessário fazer, que é a carta. Os grandões não queriam sair humilhados, mas ele se humilhou”, diz a mulher, ao se referir à carta de harmonia entre os Poderes, enviada por Bolsonaro.
O grupo também protestou contra a obrigatoriedade de vacinação. “Também não somos contra as pessoas que tomam a vacina, mas não podemos permitir o abuso de governo, que impõe a obrigatoriedade, haja vista as vidas ceifadas. Não ao passaporte sanitário”, protestou.
A moradora de Limeira (SP) Arlete Estrella Camargo, 60, explica que a manifestação de ontem foi apenas para marcar presença. “Viemos mais para marcar presença contra os manifestantes de esquerda, e destacar que somos contra o passaporte de vacinação, que tira a liberdade das pessoas. Acredito que daqui para frente, os impactos políticos estão sendo colocados e aprovados. O nosso presidente precisa de cada um de nós”, comentou.
O casal de namorados Luana Carollyne, 22, e Ítalo Cardozo Rodrigues, 23, vieram de Samambaia Norte para vender água, refrigerante e cerveja ao longo das duas manifestações de ontem. Pela manhã, ficaram espantados com a pouca quantidade de manifestantes bolsonaristas. “Assim que a gente olhou, ficamos espantados achando que não vai vir tanta gente. Viemos para ficar o dia todo e vender na outra manifestação também”, diz Ítalo. Mesmo com o baixo movimento, o comerciante acredita que as vendas vão ajudar na renda familiar. “Além dos custos com combustível e comida, tenho uma parcela de moto que eu pago também. A venda de terça-feira foi boa também. Sobrou só um engradado de água”, recorda.
