Pandemia

CPI da Covid: Senador levanta suspeita contra o Conselho Federal de Medicina

Senadores cobram investigação contra o CFM e CRM de São Paulo e Brasília

Durante a CPI da Covid, o senador Humberto Costa (PT-PE) levantou uma hipótese que pode levar o Conselho Federal de Medicina (CFM) aos holofotes. Ao analisar fatos que aconteceram no período em que Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da saúde, foi demitido, o senador trouxe à tona falhas cometidas pelo órgão. Isso porque, segundo ele, Mandetta havia denunciado ao CFM o tipo tratamento oferecido pela Prevent Senior aos seus pacientes e apontado a alta taxa de mortes que eles vinham obtendo. No entanto, nenhuma providência foi tomada por parte do Conselho.

Costa continuou a exposição relembrando que 16 dias depois da demissão do ex-ministro da saúde, o CFM emitiu um parecer em que liberou a utilização do kit de "tratamento precoce" contra a covid-19. Além disso, questionou sobre o uso de outros tratamentos terapêuticos que não haviam sido liberados e mesmo assim foram aplicados nos pacientes.

Humberto concluiu, então, que o conselho agia em conjunto com o governo federal, por meio do “gabinete paralelo”, para facilitar a execução de um “planejamento criminoso”. “Era obrigação do Conselho Federal de Medicina investigar. Não venham botar a culpa nos médicos que foram obrigados a fazer o que não queriam. E sim em quem deveria fiscalizar e na própria empresa que autorizou esses protocolos. Isso é criminoso”, aponta o senador.

Após as acusações, o parlamentar lembrou que o diretor, Pedro Batista Jr., exibiu, em seu depoimento, uma pilha de papéis que seriam as autorizações de consentimentos de pacientes e familiares para os tratamentos experimentais oferecidos pela Prevent Senior, porém o material não foi entregue à comissão. A CPI aprovou requerimento para que a operadora apresente, em 24 horas, os termos de livre consentimento do uso do “kit Covid” assinados pelos pacientes.

Rogério Carvalho (PT-SE), aproveitou o ensejo, e pediu que a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investiguem a atuação do CFM e dos CRM de São Paulo e do Distrito Federal nas denúncias de irregularidades dentro da Prevent.

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