CB.Poder

Roberto Freire pede impeachment de Bolsonaro e diz que até Mourão seria melhor para o país

Em entrevista ao CB.Poder, presidente do Cidadania diz acreditar em unidade para as eleições de 2022

*Gabriela Chabalgoity
postado em 05/10/2021 20:43 / atualizado em 05/10/2021 20:45
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Nesta terça-feira (5/10), o presidente do Cidadania, Roberto Freire, participou do CB.Poder —uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. Durante a entrevista, ele afirmou que o Brasil chegou a um ponto tão crítico, que a continuidade do atual governo é mais prejudicial do que a interrupção do mandato por meio do impeachment. "Mesmo que Mourão não seja nenhuma grande alternativa, para fazer a transição, seria muito melhor do que a continuidade que está se anunciando com o governo Bolsonaro. Somos a favor do impeachment e não importa se falta pouco tempo para as eleições. É melhor porque a transição será menor”, disse.

Freire pontuou que a posição do deputado Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados dificulta a articulação do impeachment, mas que isso não pode ser motivo para impedir que parlamentares trabalhem pela interrupção do mandato de Bolsonaro. “Se concordamos, o país pode se aprofundar ainda mais na crise que estamos vivendo”, declarou. 

Cidadania já tem candidato para 2022

O Cidadania lançou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) como pré-candidato a presidência, mas Freire garantiu que a legenda luta pela unidade.  “Será ótimo se essa unidade estiver em torno do nosso candidato. Alessandro tem capacidade e competência para isso. Mas, se tiver outro (candidato) que congregue mais, o Cidadania não será nenhum obstáculo em relação a isso”, explicou.

Ao ser questionado se é possível vencer a polarização entre Lula e Bolsonaro, o deputado foi categórico ao dizer que sim e destacar que ainda falta um ano para o pleito eleitoral. Freire comentou também o tom mais brando no discurso de Bolsonaro nas últimas semanas. “Parece que o recuo que Bolsonaro teve que fazer frente as suas irresponsabilidades acalmou aquela ânsia de agredir os poderes da república. Eu não sei até quando vai durar. Até porque ele é incorrigível, ele é irresponsável e sempre foi. Nesse sentido, não sabemos o que vai acontecer na economia. Nós não temos um ministro da Economia que mereça maior consideração”, falou.

Federação de partidos

Freire disse que o Cidadania está no “clima” de união, mas demonstrou preocupação em superar a cláusula de desempenho em 2022. “A pulverização nas casas legislativas é excessiva, então isso dificulta governos, dificulta a própria atividade legislativa. O Cidadania está nesse clima. Embora tenhamos superado a cláusula de desempenho de 2018, ela vai aumentar, então precisamos ter um certo cuidado. Mas a federação precisa ser entendida não como uma alternativa a coligação, ela tem uma outra característica, ela é muito mais embrião de futuro partido do que mera coligação. Na coligação, acabou a eleição, cada um vai para o seu lado, na federação não. É um partido, pelo menos durante a legislatura”, afirmou.

O deputado comentou também sobre a possível união do Cidadania com o Partido Verde (PV) e a Rede. Segundo ele, em 2018, o Cidadania quase realizou uma fusão com a Rede. Na época, o PV não quis dialogar. “Não me parece que a Rede tenha mudado de posição. Acho que ela quer continuar tentando sobreviver com o partido, independente de superar ou não a cláusula de barreira. Mas o PV, que não quis a fusão anteriormente, hoje já olham com outro olhar. Como federação, eles imaginam que isso pode ser uma alternativa. É uma possibilidade, mas é só uma especulação”, assegurou Roberto Freire.

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

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