Reeleição

Bolsonaro quer STF alinhado a governo a partir de 2023

Em café com bancada do agronegócio, nesta quarta-feira (6/10), no Palácio do Planalto, presidente falou de indicação de André Mendonça ao STF e disse que ex-AGU votaria a favor da manutenção do marco temporal

Ingrid Soares
postado em 06/10/2021 12:40 / atualizado em 06/10/2021 12:41
 (crédito: divulgação/FPA)
(crédito: divulgação/FPA)

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu, nesta quarta-feira (6/10), para um café com a bancada da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) ocorrido no Palácio do Planalto. No encontro, além de temas como a regularização fundiária e licenciamento ambiental, o chefe do Executivo comentou sobre a indicação ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele indicou o ex-advogado-geral da União, André Mendonça, em julho e, desde então, o nome vem enfrentando resistência no Senado e não teve ainda a data de sua sabatina marcada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida por Davi Alcolumbre.

“Quem se eleger presidente no ano que vem, no primeiro semestre do ano que vem, indica mais dois ministros do STF. Se for alinhado conosco ficam 4 garantidos lá dentro. Além de outros que votam com a gente. Não é que votam com a gente, votam com as pautas que têm que ser votadas do nosso lado”, afirmou. Segundo ele, isso é primordial. “Ninguém está pedindo voto, nem se lançando candidato. Mas uma pessoa alinhada a nós tem que estar sentada naquela cadeira a partir de 2023”, acrescentou, emendando que, caso reeleito, o escolhido precisa, de preferência, ser alinhado com o Legislativo e o Executivo.

Bolsonaro defendeu ainda que “essas pautas da agroindústria (incompreensível)… o marco temporal… O André Mendonça, uma vez aprovado pelo Senado, vai na mesma linha”, destacando que o ex-AGU, caso aprovado, votaria pela manutenção da demarcação territorial hoje vigente e em discussão na Corte.

“A mensagem do presidente da República é de que as pautas do agro são pautas do Brasil e pauta também do governo federal”, afirmou o presidente da FPA, Sérgio Souza (MDB-PR), ao final do encontro.
“Ninguém do agro retirou apoio ao presidente. Isso é uma interpretação feita por aqueles que querem difundir uma discórdia interna. O agro está extremamente alinhado com o presidente Jair Bolsonaro”, concluiu.

Entre os presentes, estiveram na reunião a ministra Tereza Cristina, os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), Wellington Fagundes (PL-MT), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Nelsinho Trad (PSD-MS), além do presidente da FPA, Sérgio Souza, Do líder do governo na Câmara Federal, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e da deputada Bia Kicis (PSL-DF).

No Twitter, Barros publicou imagem da reunião e escreveu que o agronegócio é a “locomotiva do superavit da balança comercial no Brasil”.

Evangélicos

Na terça-feira (5), em evento evangélico no Simpósio Cidadania Cristã, o chefe do Executivo ouviu de pastores a defesa da indicação de André Mendonça para ministro do Supremo, mas alegou que a aprovação do ex-AGU depende do Senado.

Mendonça também discursou no evento. Ele pediu aos presentes que "trabalhem por um país diferente" e alegou que a indicação ao posto é obra divina.

“Até 2005, não conhecia Brasília, não conhecia nada, nem ninguém. 16 anos depois, Deus pega um menino do interior de SP e coloca ele diante de um presidente da República que o indica para uma vaga no STF. Ou Deus faz coisa impossível e eu não posso deixar de reconhecer isso ou seria o maior dos incrédulos".

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