Brasília-DF

por Denise Rothenburg
postado em 09/10/2021 00:08

Mais um abacaxi para Paulo Guedes

Senadores já foram alertados por investidores e analistas de mercado, esta semana, de que as incertezas sobre tributos e, em especial o projeto que modifica o IR, levaram o país a perder este semestre R$ 50 bilhões no mercado de venture capital, capital de risco que investe, especialmente, em startups. A Esfera Brasil, que surge como uma nova Lide empresarial, ouviu alguns especialista e detectou essa trava nos investimentos. Antes do projeto, por exemplo, entraram no país algo em torno de R$ 30 bilhões. Agora, quando os donos do dinheiro olham o retorno do investimento, fica difícil apostar por aqui.

Esse freio dos investidores no Brasil será cobrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, fragilizado por causa da notícia da offshore no paraíso fiscal, terá que dar explicações à Câmara dos Deputados. É o pior momento, seja na economia, seja na política, para o presidente Jair Bolsonaro.

Rodrigo Pacheco atende bancada feminina
Se depender do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o Congresso vai derrubar o veto ao fornecimento de absorventes higiênicos para mulheres carentes. Ele, inclusive, já entrou em contato com a consultoria de orçamento para verificar os recursos necessários para isso.

Cuidado e poder
Em reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários pediram novo adiamento da volta das sessões presenciais. O Departamento Médico da Casa tem recebido entre 20 e 22 pessoas, diariamente, com suspeitas de covid-19. E como o ano já está quase no fim, a recomendação é deixar para voltar apenas em 2022. Politicamente, os líderes também conseguem manter um poder a mais sobre as decisões.

Governo se vacina
A coletiva no Ministério da Saúde com a família Zé Gotinha, para apresentar o planejamento da vacinação contra covid-19 para 2022, foi vista como um sinal de que o governo sente o desgaste por não ter apostado tudo nos imunizantes desde cedo, e quer corrigir esse rumo para o ano que vem. Afinal, já está comprovado que quanto mais pessoas vacinadas, mais se reduz a possibilidade de desenvolvimento da forma grave da doença e a necessidade de internação.

PT compara 2022 a 2002, porém...
Perguntado se apresentaria uma nova carta aos brasileiros, para assegurar equilíbrio na economia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse com todas as letras que não seria necessário, pois tem o seu governo para mostrar que é capaz de uma gestão eficiente. Só tem um probleminha: naqueles primeiros anos de governo, Lula pegou um cenário externo favorável e, agora, o mundo passa por muitas dificuldades.

Ficou a lição/ Na entrevista que deu na passagem por Brasilia, o pré-candidato Lula citou que um presidente da República não deve escolher presidente da Câmara. Lembrou que quem escolhe são os deputados e cabe ao chefe do Executivo conviver em harmonia com quem for eleito.

Ouviu, PT?/ Em 2015, Dilma Rousseff perdeu muita substância ao, junto com seus articuladores políticos — Aloizio Mercadante e Pepe Vargas —, trabalhar pela candidatura de Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara, contra Eduardo Cunha. O resultado foi a instabilidade logo no início do segundo mandato, que a levou ao impeachment.

Ouviu, Lira?/ O recado vale, ainda, para o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que jogará todas as fichas em Bolsonaro porque o PP deseja manter o poder e teme que o PT repita o que fez com Cunha. De quebra, ainda tem o MDB de Renan Calheiros, em Alagoas, aliados de Lula e seus adversários ferrenhos.

Michelle no circuito/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro foi recebida em evento embaixada da Índia, e, tal e qual em agosto, não dispensou a dança. A foto é de um amigo da coluna. Ela, como quase todas as primeiras-damas que o país já teve, não costuma dispensar os convites no circuito das embaixadas.

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