Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 16/10/2021 23:09

Republicanos distante da federação

De olho na liberdade para escolher o jogo em que melhor se encaixar em cada estado, o Republicanos pisou no freio das conversas sobre uma federação com o PP, de Ciro Nogueira, e o PL, de Valdemar Costa Neto. A ideia é manter distância de um projeto presidencial e nacional e priorizar a construção de bancada. E, sem amarras, cada deputado apoiará quem quiser para presidente da República. No Distrito Federal e na Bahia, o plano hoje é apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro. Em Pernambuco e na Paraíba, a intenção é seguir com Lula. Em Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul, a legenda apostará num projeto alternativo à polarização PT versus Bolsonaro. União para valer, só na fé.

A fé, aliás, é o que leva o partido a pensar em carreira solo neste momento em que alguns optaram pela fusão e outros pela federação, que consiste na união por quatro anos, sem a opção de divórcio. A aposta de muitos deputados é a de que as congregações às quais o partido é ligado são capazes de eleger uma boa bancada. Especialmente, a Igreja Universal.


O que dá dinheiro

Quem acompanha o dia a dia dos partidos alerta que as legendas estão olhando só a montagem das chapas para deputado federal. E nada é pelo futuro do país e, sim, pela arrecadação que isso vai proporcionar logo ali na frente. O novo União Brasil, por exemplo, tem se apresentado aos parlamentares como a solução para os problemas deles, porque terá R$ 1 bilhão para investir nas eleições de 2022.


A aposta do governo...

Com o número de internações e mortes por covid-19 em queda, o relatório da CPI da Pandemia será a forma de reavivar a memória dos brasileiros para a tragédia que se abateu sobre o país ao longo de quase dois anos. Porém, estrategistas do governo acreditam que o tema principal da eleição de 2022 será mesmo a economia.


...e a limonada da vacina

Em relação aos imunizantes, que o presidente Jair Bolsonaro declarou que não vai tomar, a ideia é mostrar que ele não obrigou ninguém a seguir a sua atitude. Tanto é que liberou R$ 20 bilhões para imunização e comprou todas as vacinas aprovadas pela Anvisa.


O caminho seguro

O ano de 2022 está logo ali, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, já trabalha de olho em 2023, quando pretende reconquistar o comando da Casa. Até aqui, a certeza é de que a reeleição de Bolsonaro lhe garantirá a preferência.


E o duvidoso

Qualquer outro que seja eleito presidente da República deixa esse projeto nebuloso. Porém, ainda assim, Lira será um candidato forte, porque qualquer presidente eleito precisará do PP e do PL para a governabilidade.


CURTIDAS

“O assunto não é mais de Davi Alcolumbre. É do presidente da Casa. Cabe a ele fazer cumprir o regimento”. Do senador Esperidião Amin (PP-SC), que defende a sabatina imediata de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Um partido, dois projetos/ Na Bahia, o Republicanos ainda não atingiu um consenso sobre a candidatura ao governo estadual. O ministro da Cidadania, João Roma, quer montar um palanque para Jair Bolsonaro. Já o deputado Márcio Marinho prefere apoiar o ex-prefeito ACM Neto.

Kátia no TCU/ Parlamentares dão como certa a escolha da senadora Kátia Abreu (foto), do PP-TO, para uma vaga no Tribunal de Contas da União. E com apoio do governo e da oposição.

Eduardo Leite em São Paulo e sem Kassab/ Convidado para o jantar da Esfera, que reunirá empresários e financistas em São Paulo com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse à coluna que estaria fora de São Paulo neste domingo. De olho numa candidatura própria, fica difícil o PSD colocar desde já a azeitona na empada do governador gaúcho. Melhor esperar a disputa interna tucana passar.

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