A Polícia Federal deflagrou, ontem, a Operação Vikare contra suposta organização criminosa que atuava no tráfico internacional de drogas e esquema de lavagem de dinheiro. O ex-deputado estadual Isaac Alcolumbre, primo do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi preso durante as diligências. O ex-parlamentar é suspeito de ser dono de um aeródromo que teria sido usado como ponto de abastecimento e de apoio para a quadrilha.
O bando sob suspeita tinha base operacional no Amapá, onde movimentava a importação e o transporte de drogas com aeronaves, que depois seria distribuiída pelo país. “A Polícia Federal encontrou indícios de que este aeródromo fornecia apoio logístico, como combustível, para aeronave fazer esses voos aos demais estados brasileiros, bem como a outros países fornecedores da droga, como Colômbia e Venezuela. O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”, explicou a PF em nota.
A Justiça Federal no Amapá também decretou o sequestro de bens e valores de 68 pessoas e empresas. Os agentes identificaram uma “grande e articulada” organização criminosa, formada por brasileiros e estrangeiros, que trafica drogas por meio de uma rota que passava por países da América do Sul, principalmente Colômbia e Venezuela, e tinha o Amapá como uma de suas bases logísticas, de onde as drogas partiriam para outras regiões. As investigações apontam, ainda, a participação de empresas de fachada de outros estados no esquema para lavar o dinheiro do tráfico.
A operação está ligada a uma ação da PF, realizada em maio de 2020, quando os investigadores no Amapá observaram movimentações suspeitas de aeronaves na região. Na ocasião, foram descobertos destroços de um avião de pequeno porte, que ficou atolado no município de Calçoene. O aparelho estava quase todo destruído por um incêndio, mas os policiais perceberam que estava adaptado para transportar drogas. No episódio, os agentes levantaram informações de que outra aeronave pousou no mesmo local e resgatou tripulantes e carga.
STJ: Carlesse fica afastado 6 meses
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, ontem, por unanimidade, manter a decisão do ministro Mauro Campbell, que determinou a afastamento do governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses. Ele é investigado pela Polícia Federal pela suspeita de tentar obstruir apurações e chefiar suposto esquema de propinas relacionadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins. Em julgamento por videoconferência, o colegiado considerou que os indícios contra o governador são “graves” e justificam a suspensão. Relatórios de inteligência financeira apontaram movimentações de “vultuosas quantias” em espécie por pessoas ligadas a Calesse, inclusive parentes. Os investigadores também identificaram a falsificação de notas fiscais para dar aparência de legalidade ao pagamento de propinas e apontaram o aparelhamento do sistema de Segurança Pública do estado para blindar o grupo político de Carlesse.
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