POLÍTICA E JUDICIÁRIO

Em livro, Moro vai relembrar passagem pelo governo Bolsonaro e Lava-Jato

Ex-juiz abandonou a magistratura para se tornar ministro, mas empreitada durou menos de um ano e meio

Estado de Minas
postado em 24/10/2021 13:36
 (crédito: Agência Brasil/Reprodução)
(crédito: Agência Brasil/Reprodução)

O ex-juiz Sergio Moro pretende contar, em um livro, os bastidores de sua saída do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apontado como possível candidato à presidência da República em 2022, ele promete contar, na obra, o que o levou a abandonar a magistratura para compor o poder Executivo federal.

Neste domingo (24/10), Moro foi às redes sociais divulgar a obra. O lançamento está previsto para o dia 2 de dezembro. O livro, batizado de Contra o sistema da corrupção, tem o selo da editora Sextante. São 288 páginas.

Famoso por causa da operação Lava-Jato, o ex-juiz foi convidado por Bolsonaro para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em abril do ano passado, porém, deixou o posto. Ao sair, Moro relatou tentativas de pressão política sobre a pasta. Segundo ele, houve tentativa de interferência para mudar o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Em 2018, por causa da Lava-Jato, foi preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial. No ano seguinte, o petista foi solto. Neste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as medidas de Moro durante o caso do triplex do Guarujá (SP). Em março, ao decidir sobre uma ação movida pela defesa de Lula, a Segunda Turma, por 3 votos a 2, considerou Moro suspeito para julgar o caso. Três meses depois, a decisão foi ratificada pela Suprema Corte.

Desde o início do processo judicial, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que o petista sofria perseguição do juiz Sergio Moro e dos procuradores da Operação Lava-Jato, em Curitiba. Gravações de conversas entre o magistrado e procuradores hackeadas apontaram supostas evidências de que Moro orientava as investigações do Ministério Público.

Em 14 de setembro de 2016, o Ministério Público Federal denunciou Lula e mais sete pessoas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em 20 de setembro de 2016, o então juiz Moro aceitou a denúncia e Lula se tornou réu na Operação Lava-Jato. Os bastidores da investigação também devem constar no livro.

Partido de Álvaro Dias deve ser o destino

O Podemos deve ser o destino político de Moro . A filiação pode ocorrer já em novembro. A ideia da legenda é lançá-lo como alternativa a Bolsonaro e Lula. O posto de "terceira via" é reivindicado, ainda, por legendas como PSD, PDT, PSDB e União Brasil.

Se ingressar nos quadros do Podemos, Moro terá como companheiro de legenda o senador paranaense Álvaro Dias, ferrenho defensor da Lava-Jato. Anteriormente chamado de Partido Trabalhista Nacional (PTN), a última tentativa do Podemos de chegar ao Planalto foi em 2018, justamente com Dias. Ele terminou na nona colocação, sequer atingindo 1% dos votos.


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação