A trégua entre os governadores Eduardo Leite e João Doria começou, ontem, a desmoronar. A quatro dias das prévias do PSDB, um episódio do início do ano passado voltou à tona e colocou os dois tucanos em rota de colisão. Isso, depois de ambos terem se entendido sobre o formato de votação dos filiados e também sobre a divulgação do resultado, que deve sair no final da tarde do próximo domingo.
Em 15 de fevereiro de 2020, dois dias antes da primeira aplicação da vacina contra a covid-19 no Brasil, Leite teria pedido a Doria para adiar a data da vacinação a pedido do então ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos. O governador de São Paulo, porém, negou o pedido do colega.
"Lamento, Eduardo, que você tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacinação, tão logo a Anvisa autorize a utilização da CoronaVac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros", teriam sido as palavras de João Doria à Leite, na época.
O governador gaúcho confirmou que teria, sim, ligado para Doria para reportar o pedido do general — que pretendia que o calendário paulista acompanhasse o da vacinação do governo federal. Contudo, Leite nega que tenha pedido qualquer adiamento.
"Em nenhum momento pedi adiamento da vacinação. O ministro me ligou, eu liguei para o meu colega de partido e colega governador, e relatei o telefonema que recebi para cumprir a praxe. E dei, inclusive, razão a Doria para iniciar a vacinação", afirmou o gaúcho, por meio de sua assessoria.
A história mostra deixa claro que, nos bastidores, a disputa pela indicação do PSDB à disputa presidencial continua feroz. Desde o início das prévias, o clima entre os dois tucanos é tenso. A mais recente polêmica foi sobre o adiamento na divulgação dos resultados da votação de domingo.
Para piorar, paira a desconfiança entre Leite e Doria com acusações mútuas de que pode haver fraude na eleição interna.
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