Eleições 2022

PSDB se reúne nesta segunda (22) em busca de solução para as prévias

Reunião hoje do presidente do partido, Bruno Araújo, com representantes das campanhas dos pré-candidatos e técnicos que desenvolveram o programa definirá quando processo será retomado

Israel Medeiros
Luana Patriolino
postado em 22/11/2021 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/D.A. Press)
(crédito: Minervino Júnior/D.A. Press)

Depois de uma semana de preparações para escolher o candidato para as eleições presidenciais, em 2022, as prévias do PSDB não puderam ser concluídas. Parcialmente realizadas ontem, foram interrompidas por causa de falhas no aplicativo de votação a distância, que duraram o dia inteiro. Dessa forma, o processo teve de ser paralisado para a retomada em data a ser definida.

Mas para que isso aconteça, conforme disse ontem à noite o presidente do partido, Bruno Araújo, será necessário aguardar um parecer técnico sobre o aplicativo. Assim, hoje, às 14h, haverá uma reunião entre ele, os representantes das campanhas dos três pré-candidatos — o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgilio Neto e os governadores Eduardo leite (RS) e João Doria (SP) — e os desenvolvedores do programa de votação. Apenas depois disso é que será avaliado o momento da retomada da votação.

"É preciso saber qual é o real status e diagnóstico do aplicativo para entender qual é o tempo de viabilidade de resolução dele. Em havendo uma sensibilidade de resolução de curtíssimo prazo, a ideia é que seja disponibilizado praticamente imediatamente para o filiado", detalhou Araújo. Segundo o tucano, o índice de votos apurados — contando os das urnas e do aplicativo — está em aproximadamente 65%.

A informação foi confirmada ao Correio pela assessoria dos candidatos e a reunião de hoje foi tomada de comum acordo. "Se a posição (dos técnicos responsáveis pelo aplicativo) for outra que divirja de uma posição de curto prazo, as campanhas vão ter que dialogar para saber como é que fechamos essa parte da votação para fechar o resultado. O prazo depende da questão técnica", enfatizou Araújo.

Inovação

O partido tentou trazer para o processo a votação on-line, por meio de um aplicativo no qual 44,7 mil tucanos poderiam escolher o representante da legenda para a disputa à Presidência. Em paralelo, a votação também poderia ser feita presencialmente pela mesma urna eletrônica utilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos pleitos em todo o país.

O aplicativo começou a falhar logo no início da votação, por volta das 8h. Usuários relataram que não conseguiam completar o processo de verificação de identidade, que consistia na busca pelo número do título de eleitor e pela identificação facial. Segundo o partido, o erro ocorreu porque houve um grande número de acessos ao mesmo tempo. Mas, nos bastidores, comentava-se que o problema tinha sido a ausência de uma licença para uso da tecnologia de reconhecimento da face para muitas pessoas — negado pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolvedora do programa.

A votação estava prevista para ir das 7h às 15h. O anúncio do vencedor seria às 17h, só que, diante das dificuldades técnicas, o partido anunciou que estenderia a votação até às 18h.

Às 15h, o problema persistia. A votação presencial, no entanto, foi encerrada pontualmente. Em seguida, os candidatos se reuniram com Bruno Araújo na sede do PSDB. Já nesse momento havia uma intensa troca de acusações, com Doria e Virgílio de um lado e Leite de outro.

Revolta e adiamento

No Centro de Convenções, filiados revoltavam-se com o aplicativo. Houve até acusações de compra de votos por não conseguirem registrar o voto. No início da noite, após reunião dos candidatos com a Executiva Nacional, foi anunciado o adiamento da conclusão das prévias.

Segundo o PSDB, todos votos estavam "preservados". "Os votos recebidos tanto pelo aplicativo quanto por meio das urnas eletrônicas, ao longo deste domingo, serão totalizados ao final do processo de votação. A integridade e a segurança do sistema estão totalmente preservadas. O processo de votação em aplicativo encontra-se pausado em razão de questões de infraestrutura técnica, que não comportou a demanda dos votantes das prévias", explicou o partido, em nota.

Nesse momento, os pré-candidatos divergiam sobre a finalização da votação. Doria e Virgílio defenderam a retomada do processo no próximo domingo. Criticaram o aplicativo e ressaltaram que, antes das prévias, alertaram das falhas no sistema. E lançaram suspeitas sobre o programa, por ter sido desenvolvido numa universidade em Pelotas (RS), município do qual Leite foi prefeito.

"Tanto Doria quanto Arthur Virgílio defendem a data do dia 28 de novembro, próximo domingo, para que o processo de prévias se encerre de forma rápida, eficiente e justa. Lembrando que o prazo já era previsto em resolução pela Comissão das Prévias como um possível segundo turno", disseram.

Antes das prévias, Leite também criticou o aplicativo. Só que, ontem, pediu a conclusão do processo em até 48 horas. "A campanha manifesta-se em nome do bom senso, da celeridade do processo e da manutenção do regramento eleitoral pela conclusão do processo em, no máximo, 48 horas, exigindo um aditamento ao edital com o novo prazo. Até porque seria um contrassenso termos feito tudo para garantir a segurança da votação, como reduzir o prazo para apenas domingo, e, agora, querer alongar o tempo em uma semana, aumentando os riscos antes minimizados", salientou a campanha do governador.

 

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