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Críticas à gestão da pandemia

Ex-senadora reprova atuação dos governos federal e estaduais e diz que Brasil deveria ter se saído melhor porque tem o SUS

Ana Maria Campos Thays Martins
postado em 03/12/2021 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Apesar de ainda não ter definido quem a Rede Sustentabilidade apoiará ou se entrará com candidato próprio nas eleições presidenciais do ano que vem, a ex-senadora e porta-voz nacional do partido, Heloísa Helena (AL), disse que o trabalho a ser desenvolvido daqui para a frente é o de reconstrução do país no pós-pandemia. Em entrevista ao Correio, ontem, a ex-parlamentar não poupou críticas à gestão da crise sanitária por parte dos governos federal e estaduais. Ela também afirmou que o foco da sigla serão as eleições para a Câmara.

Epidemiologista, Heloísa Helena classificou como um sucesso o resultado da CPI da Covid, no Senado. Como assistente parlamentar, ela atuou ao lado do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). "Achei que foi muito importante. Ajudei o Randolfe, mas, talvez, ele nem precisasse de ajuda. Eu ajudava mais porque é minha área", explicou.

Heloísa Helena disse ter sido muito doloroso assistir a tudo que aconteceu na pandemia, sabendo do aparato que o Brasil tem com o Sistema Único de Saúde (SUS). "Nós sofremos infinitamente mais, porque é como se tivéssemos ido para um campo de batalha. Você tinha toda uma atenção básica disponível, endereço de toda a população vulnerável, das pessoas com comorbidade, pessoas capacitadas. Não tenho nenhuma dúvida de que poderíamos ter sido melhor."

Para ela, grandes erros foram cometidos ao transformar a gestão da pandemia em uma disputa política. "A dor no coração da mãe que perde um filho é a mesma independentemente de onde morre, mas é muito diferente você morrer em uma UTI com um respirador do que em uma enfermaria lotada. É criminoso o que aconteceu", frisou.

A reconstrução do país no pós-pandemia é o que tem pautado o debate do partido na atualização de seu programa, que deve ficar pronto em janeiro. De acordo com Heloísa Helena, só depois disso é que a legenda definirá se entrará com uma candidatura própria à Presidência da República ou apoiará algum outro candidato.

Por enquanto, ela destacou que a pré-candidatura mais alinhada aos ideais da Rede é a do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). "Ele tem conversado conosco, mas não tem nada decidido. Foi a única candidatura que nos chamou para conversar e a única que apresentou propostas concretas e objetivas sobre questões econômicas", comentou.

Foco

Apesar disso, a ex-senadora afirmou que o foco do partido será romper a cláusula de barreira — o dispositivo impede a atuação parlamentar de uma legenda que não consegue alcançar um determinado percentual de votos. Assim, todo o investimento será nas candidaturas para deputados federais. "A gente compreende que a única forma de mudar o mundo é nas instâncias de decisão política e nos espaços de poder, então, eu entendo que todas as pessoas da Rede que puderem ser candidatas têm de apresentar o nome para candidaturas de deputados federais", defendeu.

Ela mesma não descarta ser candidata, assim como a ex-ministra Marina Silva. Porém, os dois únicos nomes dados como certos para candidaturas são aos governos do Amapá, com Randolfe Rodrigues, e do Espírito Santos, com o ex-prefeito de Serra Audifax Barcelos.

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