PLANALTO

Bolsonaro participa de evento do Dia Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, relatou que o canal da pasta registrou 285 mil denúncias de violência e de violação dos direitos de pessoas com deficiência.

Ingrid Soares
postado em 03/12/2021 13:29 / atualizado em 03/12/2021 13:29
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasi)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasi)

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta sexta-feira (3/12) da solenidade do Dia Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e da entrega da 1ª Edição do Prêmio de Acessibilidade, ocorrido no Palácio do Planalto.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, relatou que o canal da pasta registrou 285 mil denúncias de violência e de violação dos direitos de pessoas com deficiência.

“No nosso Disque 100, agora, as pessoas podem ligar em videochamada e são atendidas 24h por dia. Mas mais que o canal, nós mandamos um recado para as pessoas com deficiência: não tenham medo de denunciar. Vocês não estão sozinhos. Nós vamos onde vocês estiverem e, se preciso for, vamos de carro, avião, barco, do que for, vamos te resgatar aonde você está. E nós estamos fazendo isso, fazendo a busca ativa. Encontramos na Amazônia centenas de mulheres escalpeladas, escondidas, com vergonha, abandonadas, morando em barracos no meio da floresta, comendo o que podiam na floresta, com vergonha de sair, que não sabiam que tinham direito a um BPC (Benefício de Prestação Continuada)”, relatou.

Damares citou ainda a condição de crianças com nanismo e defendeu que não é necessária a criação de leis para que a sociedade facilite as condições de acessibilidade a portadores de deficiência.

“A gente pode fazer coisas no dia a dia. Por exemplo, você que está construindo um restaurante, uma igreja. Atenção igrejas, pastores. Eu vou nas igrejas e não vejo vaso rebaixado para crianças com nanismo. E nós estamos fazendo esse apelo. Não precisamos de uma lei para impor acessibilidade. Acho que uma nação que precisa de lei para impor ao seu povo acessibilidade é uma nação que está longe do ideal. Nós podemos fazer tudo isso sem multa, sem imposição, sem penalidade".

E continuou: "Descobrimos com nosso trabalho que crianças com nanismo saem da escola por volta dos 12 anos e muitas delas porque não tem um vaso sanitário rebaixado. Sabiam que é comum uma criança com nanismo ter o queixo quebrado porque quando tem que descer do vaso tem que dar um pulinho? Sabiam que tem criança com nanismo que não entra no elevador porque os nossos botões são muito altos para apertar o andar? É possível a gente, com pequenos detalhes no Brasil, fazer uma grande revolução pela acessibilidade”.

Avaliação biopsicosocial

A ministra relatou ainda que em breve Bolsonaro deve lançar o primeiro instrumento de avaliação biopsicosocial. “Nos próximos dias, o presidente vai entregar para o Brasil o primeiro instrumento de avaliação biopsicossocial. Esse governo é de fato o governo da acessibilidade e da inclusão”, disse.

Durante o evento também foi assinado o Tratado de Marraqueche que permitirá o acesso de deficientes visuais a obras publicadas.

PCD Legal

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos, falou sobre o site PCD Legal, que disponibiliza conteúdos legislativos em formato bilíngue, em portugês e libras.

“O PCD legal é visualizado no mundo todo pelo Google com mais de 450 mil visitas e pelo YouTube com 345 mil visualizações que somam mais de 12 mil horas de visualização. Os países que mais acessam o PCD Legal são Brasil, EUA e a Índia”.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, presidente do Conselho do Pátria Voluntária, falou sobre a importância do prêmio.

“É fundamental reconhecer atitudes que transformam realidades. Reconhecer atitudes, gestos, ações que contribuem para que as pessoas se sintam incluídas na sociedade. Queremos estimular outras pessoas a se engajarem na promoção da acessibilidade”.

Homenageado

O soldado do Corpo de Bombeiro Walker Sousa, que aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (libras) e promoveu a inclusão de deficientes auditivos foi homenageado pela primeira-dama e recebeu um certificado de reconhecimento.

“As pessoas com deficiência podem chegar onde quiser. Espero que essa premiação seja exemplo de que a transformação social é possível e pode começar com pequenos atos, uma mudança de perspectiva e um novo olhar. Como o bombeiro que serviu de inspiração para esse prêmio, Walker. Ele aprendeu a Língua Brasileira de Sinais para poder atender à comunidade surda de sua região e evitou que um paciente surdo recebesse uma medicação a qual era alérgico. Ele pôde realizar um parto acessível de uma mulher surda e oferecer acessibilidade em atendimentos médicos e hospitalares. Sou grata ao Walker por fazer seu trabalho com amor e empatia. Espero que ele sirva de inspiração para outros agentes públicos. Que todos nós possamos seguir esse exemplo e nos transformar em agentes de acessibilidade. Com esse espírito de inclusão podemos fazer um Brasil mais justo e acessível para todos”, concluiu Michelle.

 

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