Poder

Bolsonaro ataca Moraes: "Eu jogo também fora das quatro linhas"

O chefe do Executivo quebrou o hiato de críticas ao STF, falou sobre a prisão de aliados, subiu o tom e disse que o magistrado está "no quintal de casa". "Será que ele vai ter coragem de entrar?", perguntou

Ingrid Soares
postado em 08/12/2021 22:02
 (crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/11/20 )
(crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/11/20 )

Após um período sem atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro quebrou o hiato nesta quarta-feira (08/12). Ele criticou o ministro Alexandre de Moraes por conta do inquérito no qual é investigado por associação da vacina da covid-19 à Aids. Durante entrevista gravada ao jornal Gazeta do Povo, o chefe do Executivo falou sobre a prisão de aliados, subiu o tom e disse que o magistrado está "no quintal de casa".

"Lamento a prisão do jornalista (Oswaldo Eustáquio), Trovão (Zé Trovão), Roberto (Jefferson); isso é uma violência sem tamanho praticada por um ministro do Supremo que agora abriu mais um inquérito em função de uma live que eu fiz há poucos meses. É um abuso. É o que eu disse: ele está no quintal de casa. Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem tá avançando é ele, não sou eu", apontou o  presidente da República.

Em outro ponto da entrevista, Bolsonaro disse que se Moraes "quiser jogar fora das quatro linhas", ele joga também. Mas emendou que "não pretende fazer isso".

"Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas, não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também. Não pretendo fazer isso, isso não é ameaça para ninguém, mas que cada uma dessas pessoas façam um juízo da sua consciência do que estão fazendo", alertou Bolsonaro.

Ele previu mais desgastes institucionais. E mencionou os atos de Sete de Setembro. "Estamos cada vez mais nos preparando para buscar o ponto de inflexão nisso, que não chegou ainda. Eu espero que essas pessoas não avancem mais, leiam a Constituição, entendam realmente qual é o sentimento da população. Entendam realmente qual é o sentimento da população, em especial daquele último movimento, de 7 de Setembro, que foi às ruas pedindo o quê? Liberdade. Pelo amor de Deus, e vem uma outra autoridade e falar que isso é ato antidemocrático?", reclamou.

Em agosto, o presidente atacou o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após se tornar alvo de inquéritos nas duas Cortes por fazer ameaças às eleições. O chefe do governo questionou a legalidade desses procedimentos e disse que, em resposta, poderia atuar fora “das quatro linhas da Constituição”.

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