Para o gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Carraro, o Brasil se destaca na questão de matriz energética, com fontes renováveis e limpas. Segundo ele, a confederação tem investido no mercado de carbono como forma de contrabalançar as emissões das empresas.
Para Carraro, muitos investimentos serão necessários para avançar na descarbonização, e o financiamento é o maior desafio. "A disponibilidade desse orçamento precisa ser bem discutida. Nos fundos climáticos que países desenvolvidos colocam à disposição, a América Latina participa com apenas 5%; a maioria, quase 40%, vai para Ásia", alertou.
De acordo com Carraro, a sustentabilidade da indústria no Brasil, que tem perdido participação no PIB, também passa por esse viés. "Se formos pensar na sustentabilidade da indústria, sairemos do debate ambiental, porque a indústria está acabando no Brasil", afirmou. "Hoje, é menos de 20% da economia."
Para o representante da CNI, a reforma tributária é fundamental para alavancar a indústria no Brasil. Para o executivo, o sistema tributário brasileiro estrangula a economia. "O sistema tributário retira completamente a capacidade de a produção nacional competir internacionalmente. Dentro do Brasil, acaba também com a competição."
"Tentamos exportar, levando mais de 7% de imposto, enquanto os outros chegam no país com zero. Aqui, o importado chega com zero e nosso produto chega para o consumidor com 7,4%. Quando há direito a crédito, não há restituição. Em especial com os estados. A complexidade faz com que os custos administrativos sejam muito elevados."
Segundo Carraro, estudos mostram que, com uma boa reforma tributária, o PIB brasileiro aumentaria 12% num período de 15 anos. Isso significaria R$ 1 trilhão a mais no PIB e cerca de R$ 4.800 de renda a mais para cada brasileiro. "Sem a reforma, estão condenando a população brasileira a ser mais pobre", frisou.
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