Críticas à antiagenda

Correio Braziliense
postado em 10/12/2021 00:01

O ano eleitoral irá travar a votação de qualquer reforma administrativa e tributária no Congresso Nacional. A avaliação é do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), durante o Desafios 2022. De acordo com o parlamentar, a tendência é a Casa tratar de temas menos polêmicos.

Na avaliação do deputado, não há "ambiente" para a aprovação de reformas, pois governo federal, Congresso e sociedade estão com agendas distintas. "Quando você vê o parlamento com uma agenda, o Executivo com outra agenda, a sociedade com outra agenda, tem tudo para não sair nada", comparou.

Ele citou como exemplo a PEC 32. "A reforma administrativa: primeiro o texto é muito ruim. Segundo, o presidente não tem nenhum compromisso, e por um motivo simples: um elefante não vira um gato se você for no cartório e registrar com nome de gato. Ele continua sendo um elefante. Alguém que tem 28 anos de vida pública, comprometido com as pautas corporativas mais atrasadas do país, não vira um liberal só porque vestiu uma capa de liberal para disputar a eleição", criticou.

Marcelo Ramos se disse cético em relação a projeções econômicas. "O mercado financeiro projeta para ganhar. Começa o ano bombando. Mas tem um lastro que é o resultado das empresas reais e vai chegando o final do ano e vão ajustando os números", comparou o deputado.

"Não acho que esse governo tem a capacidade de reduzir o risco de confirmação de um crescimento ínfimo no ano que vem, os investidores irão se recolher até a definição do próximo presidente", frisou.

Ramos criticou a política econômica do governo Bolsonaro. "O governo tem uma antiagenda econômica; tem uma agenda absolutamente contraditória com o que precisa ser feito. Reduzir a inflação impedindo as pessoas de comer é muito fácil. Não precisa fazer um curso de economia para isso. É uma lógica nefasta, pois leva à fome, à miséria e ao desemprego." (CN)

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