Senado

Após o fiasco na corrida ao TCU, Bezerra não é mais líder do governo

Senador emedebista recebeu apenas sete votos na disputa com Antonio Anastasia e Kátia Abreu. Ao longo de dois anos, Bezerra acumulou desgastes na defesa do Planalto, como ocorreu na CPI da Covid. Parlamentares não creem, no entanto, que ele vá para a oposição

Cristiane Noberto
postado em 16/12/2021 00:20
 (crédito:  Waldemir Barreto/Agência Senado)
(crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Um dia após sofrer uma derrota categórica na votação para ser ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Fernando Bezerra (MDB-PE) entregou o cargo de líder do governo. A votação, Bezerra recebeu apenas sete votos. Nos bastidores do Senado, comenta-se que o senador Jorginho Mello (PL-SC) deve assumir a posição. 

Nesta quarta-feira (15/12), a assessoria do parlamentar anunciou a saída. “O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) entregou nesta manhã o cargo de líder do governo no Senado. O pedido foi formalizado ao presidente Jair Bolsonaro a quem o senador agradece a confiança no exercício da função”, informou o texto.

Até ser abandonado na disputa por uma vaga no TCU, o parlamentar foi diligente na defesa do Planalto. Bezerra confiava no trabalho desempenhado, nos últimos dois anos, na aprovação de matérias relevantes ao Planalto. Bezerra também se expôs ao defender, abertamente, o governo durante a CPI da Covid. Foram diversos os embates do então líder do governo com parlamentares de oposição durante os trabalhos da Comissão Parlamentar.

“Foi sim uma surpresa desagradável, mas não o suficiente para que ele mude de lado. Bezerra é maduro o suficiente para isso”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Entre os emedebistas, a percepção é semelhante. Em caráter reservado, um senador do partido afirmou que Bezerra segue “firme com a gente. O MDB continua rachado como sempre foi e não vai mudar nada. Mas ele não vai mudar”, garantiu.

"O governo perde"

“A candidatura do Fernando, ainda que muito querido na casa, não se dá pelo bem querer. Há outras características a serem analisadas para a posição de eleito. Eu acho que ele lançou a candidatura em última hora. Eu mesma fiquei sabendo três dias antes, eu não achava que seria candidato. Ele se determinou a isso, se colocou como candidato", avaliou a senadora Rose de Freitas (MDB-ES)

"Talvez ele tivesse expectativa de que o governo apoiasse, e resultou nisso. O governo perde um grande líder. O que ele lutou nesses dois anos para avançar com as pautas, conversando com todos, ele realmente foi empenhado em tudo isso. Eu mesma várias vezes disse que eu não ia votar com ele, mas ele sempre foi determinado. O governo perde”, concluiu a senadora.

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