investigação

Governador do Acre na mira da PF

Polícia Federal faz diligências em endereços do chefe do Executivo estadual, em apuração de supostos crimes de corrupção

Tainá Andrade
postado em 17/12/2021 00:01
 (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
(crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), foi alvo, ontem, de uma ação da Polícia Federal que investiga supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Executivo estadual. A Operação Ptolomeu teve apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e cumpriu 41 mandados de busca e apreensão e um pedido de prisão, também, no Amazonas e no Distrito Federal.

A diligência foi autorizada pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agentes estiveram no escritório de Cameli; no Palácio Rio Branco, sede do governo; e na Casa Civil.

De acordo com a investigação, o suposto esquema criminoso consistia em desviar recursos públicos, ocultando a destinação dos valores. Para cumprir os mandados foram designados 150 policiais federais, com auxílio de 10 auditores da CGU. "A apuração reuniu vasto conjunto de elementos probatórios que demonstram o aparelhamento da estrutura estatal, com a finalidade de promover diversos crimes contra a administração pública", disse nota da PF. "Nesse sentido, foram identificadas dezenas de transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições subfaturadas de veículos de luxo."

Também segundo a PF, "verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública". "Foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados", informou.

Bloqueio

Além disso, o STJ determinou medidas cautelares que bloquearam R$ 7 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de veículos de luxo. O órgão decidiu, ainda, pelo "afastamento dos suspeitos da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados".

Na lista de afastamento estão o secretário de Estado da Indústria, Ciência e Tecnologia; os chefes de gabinete e de segurança do governador; e o assessor do escritório do governo do Acre em Brasília.

Em nota, o governo do Acre disse estar à disposição para colaborar com as investigações da Políca Federal. "Na realidade, (o Executivo estadual) incentiva essa e todas as ações de combate à corrupção. Prova disso é que foi criada pelo governo do estado a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção", enfatiza o comunicado. "É a nossa obrigação colaborar com a missão dos agentes públicos em todas as investigações da Polícia Federal que visam salvaguardar o bom uso de recursos público."

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