Com a derrubada do veto ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, os parlamentares irritam o eleitor e dão discurso para a campanha de Jair Bolsonaro. Embora o presidente precise de dinheiro para concorrer, no ano que vem — e a derrubada do veto aumentará o valor que caberá ao PL —, o candidato à reeleição foi responsável pela definição do valor menor do fundo, agora derrubado pelos parlamentares. Sempre poderá dizer que discordou da cessão de muito dinheiro para as campanhas, mas os deputados e senadores não aceitaram a redução dos recursos.
Bolsonaro, porém, não ficará sozinho na raia daqueles que foram contra o valor maior para a eleição. E ainda terá adversários apontando o dedo para o PL, que votou a favor. O Podemos, do ex-juiz Sergio Moro, votou contra, assim como o Cidadania, do senador Alessandro Vieira (SE), outro pré-candidato ao Planalto, e a Rede, de Marina Silva. São os quatro que podem encher o peito para dizer que foram contra a destinação de tanto dinheiro para campanha neste momento em que milhares passam fome e não há recursos para obras e serviços.
Teste de fogo
Relator da ação contra Bolsonaro sobre a troca de comando no Instituto de Patrimônio Histórico (Iphan), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça está entre a cruz e a espada: se rejeitar a ação, será acusado de "dizer amém" ao que o Planalto deseja. Se acolher, será execrado pelos bolsonaristas "por ingratidão". Por isso, já tem muita gente dizendo que o melhor, nesse caso específico, é se considerar suspeito e passar a bola.
A prioridade de Bolsonaro...
No discurso que o presidente fez esta semana ao empresariado, ele disse: "O que mais me conforta é saber que não tem um comunista sentado na minha cadeira". Para alguns na plateia, ficou a impressão de que, se a situação estiver muito ruim para ele, Bolsonaro apoiará outro nome. Por enquanto, é só impressão.
...E a de Lula
O ex-presidente Lula foi ao Congresso da Juventude petista, em São Paulo. A palavra de ordem puxada pela comandante do partido, Gleisi Hoffmann, foi: "Ô Moro, queria que pudesse entender que não dá para acabar com o PT". Já é um ensaio para a campanha que tem o ex-juiz como um dos adversários de 2022.
E o Doria, hein?
O governador de São Paulo, João Doria, está dedicado a tentar melhorar sua performance em São Paulo. Sabe que, se sair de lá com um índice baixo nas pesquisas, ficará difícil empolgar o resto do Brasil com sua pré-campanha.
Vice a conta gotas/ Amigos do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin têm dito que o ex-tucano vai, aos poucos, virando o vice na chapa de Lula. Assim, quando for anunciado oficialmente, não será mais novidade.
Abre o olho, Geraldo/ O encontro de Lula com o senador Omar Aziz (PSD-AM, foto) deixou os aliados de Geraldo Alckmin meio desconfiados. Afinal, Aziz se tornou mais conhecido desde que presidiu a CPI da Covid e pode, perfeitamente, ser um candidato a vice na chapa petista.
Abre o olho, Pacheco/ Aziz é do PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que deixou o DEM convidado para ser candidato a presidente da República. Gilberto Kassab já garantiu a Pacheco e não é de romper compromisso. Mas sabe como é: a conjuntura muda.
Por falar em Pacheco.../ Até aqui, ele está jogando parado e ganhou todos os embates que entrou. E ainda levou o Planalto a ter que buscar outro líder no Senado, onde a base do governo está cada vez menor.
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