Protesto causa blecaute no Carf

Correio Braziliense
postado em 31/12/2021 00:01

Ainda que a atenção dos eleitores tenha se voltado para a economia na hora da escolha dos candidatos este ano, os especialistas destacam que, historicamente, o tema é um fator preponderante para a definição do pleito. "Podemos citar como exemplos o sucesso do Plano Real, que projetou Fernando Henrique Cardoso para a presidência em 1994; o bem-sucedido primeiro governo do ex-presidente Lula, com a melhoria da condição econômica de grande parte da população, que foi responsável por sua reeleição em 2006", elucida o doutor em Ciência Política e professor do Ibmec Brasília Ricardo Caichiolo.

O cientista político e vice-presidente da Arko Advice, empresa de análise política com sede em Brasília, Cristiano Noronha, concorda com o colega e lembra que Fernando Henrique Cardoso também foi reeleito por conta da questão econômica. "Em 98, Fernando Henrique Cardoso também acabou sendo reeleito por essa questão econômica. Naquele ano, os eleitores viam o ex-presidente como a pessoa capaz para enfrentar toda aquela questão de forte turbulência na economia internacional, já que ele demonstrou uma grande capacidade no enfrentamento da inflação em 94", relembra.

Para tentar se reeleger com base na pauta econômica, Caichiolo acredita que Bolsonaro tentará explorar a implementação do novo Auxilio Brasil. "Além disso, tentará capitalizar outras ações adotadas ao longo de seu governo para o combate à pandemia, ainda que boa parte delas tenham sido decididas exclusivamente no âmbito do Parlamento, como a PEC do "Orçamento de Guerra", de maio de 2020, e a "PEC Emergencial", de março de 2021", pontua.

Para o professor de economia Fábio Terra, o chefe do Executivo terá dificuldades para adotar um bom discurso econômico. "O discurso que o elegeu em 2018 não tinha nada de economia no fundo e ao longo do governo não teve nada realizado efetivamente daquilo que se propôs lá atrás. Quem permanecer em Bolsonaro entre 2018 e 2022 permanecerá não por razões economicas", analisa. Já o ex-presidente Lula deve apostar no combate à pobreza e relembrar os feitos dentro da economia como presidente. "Ele (Lula) vai fazer um discurso de conciliação como ele já vem fazendo e já fez em 2002 quando foi eleito", lembra Terra.

Diante das promessas e discursos feitos antes do dia 2 de outubro, que marca a votação de primeiro turno para presidente da República, os especialistas indicam cuidado com as "promessas milagrosas". "Não há soluções fáceis para uma melhora da economia brasileira no curto prazo. A análise de quem são os componentes das equipes econômicas dos candidatos pode ser um balizador interessante para o eleitor, mas certamente não há de longe qualquer garantia de que uma eventual gestão por parte deles será bem sucedida, em caso de vitória", alerta Ricardo Caichiolo.(MEC)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags