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Correio Braziliense
postado em 31/12/2021 00:01
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

As relações entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o governo terminam o ano meio estremecidas por causa da demora na liberação dos recursos oriundos das emendas de relator. O deputado disse a pelo menos um ministro que jamais deixou de cumprir acordos, que é um homem de palavra e que os compromissos para aprovação da PEC dos Precatórios e do Orçamento para 2022 precisam ser honrados. A maior reclamação dos parlamentares, hoje, é a de que um grupo do PL e outro do PP foi atendido, e os outros partidos ficaram a ver navios.

O risco do não cumprimento dos acordos para liberação de verbas é comprometer a agenda de votações importantes para 2022. O ano legislativo será curto por causa da eleição e, se a base ficar mal-humorada, os projetos de interesse do governo ficarão em segundo plano.

Enxurrada de greves

O governo tem plena consciência de que o reajuste salarial dos policiais será o propulsor de uma onda de greves do funcionalismo, no primeiro semestre de 2022. E como está difícil arrumar dinheiro para reajustar os salários de todos os servidores, a tendência é a ala bolsonarista do Parlamento vender à população a ideia de que a greve é política — para beneficiar o PT e desgastar o governo.

Ganha tempo aí!

A ideia de fazer a consulta pública para depois decidir sobre a vacinação contra covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos, tem um objetivo claro: postergar ao máximo a compra dos imunizantes.

Primo rico

Na Esplanada, a informação que os deputados têm recebido é a de que só o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) tem recursos para liberar neste final de ano. É lá que alguns políticos vão tentar a sorte nesta manhã.

Tem, mas acabou

Quem for passar pelo MDR pode perder a viagem. A equipe do ministro Rogério Marinho tem dito que já está quase tudo comprometido com as ações para atender os desabrigados pelas chuvas torrenciais na Bahia e para socorrer as populações do Sudeste e do Centro-Oeste, regiões que também estão sob risco.


Olhar atento/ O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, passa este fim de ano de olho na tragédia provocada pelas chuvas. Nos últimos dias, a instituição já liberou o pagamento do saque do FGTS por calamidade para os municípios mais afetados, e adotou uma série de medidas para atender a população. Aliás, justiça seja feita: ministros e bancos oficiais estão totalmente focados no atendimento às vítimas da tragédia.

Enquanto isso, em Santa Catarina.../ Os passeios de Jair Bolsonaro têm tirado o brilho das ações de seu próprio governo. E, para completar, ainda houve a recusa da ajuda oferecida pelo governo da Argentina. Deputados que apoiam o presidente já dizem, em conversas reservadas, que se o presidente continuar dando tantos tiros no próprio pé, não conseguirá caminhar para a reeleição.

Flávia no deserto/ Por esses dias, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (foto), tem sido a última a sair do Planalto. Tudo para ver se consegue fechar a liberação das emendas e apaziguar a base.

Sobrevivemos e de tédio não morreremos/ Vamos esperar 2022 com boas energias. Que seja um ano saudável em todos os sentidos. Certamente, calmo não será. Vamos em frente. Feliz ano-novo!

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