DISPUTA ELEITORAL

Análise: Bolsonaro cavou o buraco, Lula assistiu de camarote e Moro chegou tarde

Eleição, como o futebol, só termina quando acaba, mas a cada dia, o cenário para 2022 vai se solidificando e se tornando irreversível, avalia Ricardo Kertzman

Eu odeio o PT com todas as minhas forças. Sempre tive asco do partido e seus dirigentes, e após o mensalão, o petrolão e os governos Lula e Dilma, meus níveis de bílis na veia e sangue nos olhos atingiram os píncaros do quinto dos infernos. 

Lula, o meliante de São Bernardo, sempre me despertou os instintos mais primitivos. José Dirceu, José Eduardo Cardozo, Marta Suplicy, Gleisi Hoffmann — Coxa ou Amante nas planilhas de propina da Odebrecht — e outros expoentes do partido, idem.

É que não suporto gente mentirosa, manipuladora, intelectualmente desonesta, falsa, corrupta, aproveitadora, corporativista, autoritária, preconceituosa, retrógrada, cafajeste, violenta… Dentre os petistas espalhados pelo País, tudo isso é regra, e não exceção. 

Na iminência de uma nova vitória do bando, em 2018, com um 'poste' de presidiário disputando a eleição presidencial, fechei os olhos, tampei os ouvidos e o nariz, e apoiei, no segundo turno, o então apenas imbecil Jair Bolsonaro — à época, era só isso mesmo.

Jamais esperei algo de muito bom deste desgoverno aloprado que aí está, mas acreditei nas bandeiras anticorrupção, liberalismo econômico, reformas estruturantes etc, e elogiei a boa composição ministerial inicial, a despeito das Damares e dos Weintraub da vida. 

Porém, em menos de dois ou três meses de mandato, a partir dos conchavos com o STF, em busca de colo para o senador das rachadinhas e da mansão de R$ 14 milhões, comprada por apenas R$ 6 milhões, percebi a furada em que me meti e pulei fora do barco.

DESASTRE

Na sequência, mudanças no COAF, controle da PF e fritura de Sergio Moro. Paralelamente, negacionismo, obscurantismo, infrações sanitárias e práticas homicidas. Como "desgraça pouca é bobagem", ataque às instituições, à imprensa e tentativas de golpe de estado.

Para afundar de vez a nau dos incautos, associação ampla, geral e irrestrita com Collor, Jefferson, Lira, Nogueira, e a entrega do País ao Centrão, com requintes de crueldade, após abandonar definitivamente qualquer compromisso com a estabilidade econômica.

O resultado é um Brasil doente, que coleciona cadáveres; faminto, que come sobras nos lixões; quebrado, com déficit fiscal descontrolado; isolado internacionalmente; moeda arrasada e inflação insuportável; 15 milhões de desempregados e à beira do abismo.

LULOPETISMO

Diante de tamanha terra arrasada, não sobrou aos brasileiros famintos outra opção, senão a adesão desesperada ao lulopetismo enraizado em cativos quase 1/3 da sociedade. Se Lula e o PT estavam mortos, mas não enterrados, o amigão do Queiroz tratou de ressuscitá-los.

Hoje, o ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) é franco favorito a vencer as eleições presidenciais do ano que vem, prometendo retornar o Brasil aos tempos desastrosos de domínio da CUT, MST, UNE, PT, PSol e afins.

Bem como OAS, Odebrecht, Camargo Corrêa… Delúbio, Vaccari, Palocci… PP, PL, PTB (esses nunca se foram)... Cuba, Venezuela, Argentina… Recessão, inflação, desemprego (também estão aí)... Rachadinha, propina, superfaturamento (nada de diferente).

TERCEIRA VIA

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, já era. Irá levar uma surra eleitoral vexatória e histórica. Voltará, se muito, para o sub-baixo-clero do diabo que o carregue, e por lá ficará, junto aos tiozões de WhatsApp, para o resto de sua miserável vida.

Não há guerrinha ideológica e cartilha medieval que superem fome e desemprego. Entre votar em um conservador de araque negacionista ou em um corrupto falso pai dos pobres, 70% da população ficará com a desgraça menor e ainda lamberá os beiços.

Particularmente, ainda que torça com fé e esperança por um nome alternativo, não acredito que a tal terceira via possa de fato emplacar e ser verdadeiramente competitiva, a ponto de ameaçar a eleição do chefe da quadrilha do Petrolão — Lula da Silva, segundo o MPF.

Recuso-me a ajudar a reeleger um traste como Jair Bolsonaro. Traste, traste, traste!! Bem como recuso-me a ajudar a eleger um vagabundo como Lula da Silva. Vagabundo, vagabundo, vagabundo!! E como mais de 50% da população discorda de mim…

Portanto, caro leitor, cara leitora, não se avexe. Não caia nessa história de que "tem de escolher um lado". Até porque não votar, anular ou votar em branco é um lado. Aliás, na última eleição, foi o lado da ampla maioria dos eleitores, e não impediu a vitória da peste.

Se a maioria do eleitorado não se importa em eleger Lula ou Bolsonaro, fazer o quê? Se prefere continuar desprezando gente como Henrique Meirelles, João Amoêdo, João Doria, Eduardo Leite, Simone Tebet e outros infinitamente melhores e mais capazes, fazer o quê, senão, como anunciei acima, churrasco? Com carne de segunda, é claro.

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