STF

Bolsonaro sobre novo marco temporal: 'Nem era para ser discutido'

Presidente ainda completou que o voto a favor do marco do ministro Edson Fachin "não é novidade" e o chamou de "trotskista". "Se perdermos, eu vou ter que tomar uma decisão porque eu entendo que esse novo marco temporal simplesmente enterra o Brasil", disse

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta quarta-feira (15/12) o novo marco temporal e afirmou que a medida "nem era para ser discutida" pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mas que, se aprovada, "vai ter que tomar uma decisão". Ele alegou ainda que a decisão "enterraria o Brasil" e o agronegócio. A declaração em tom de ameaça ocorreu durante o Fórum Moderniza Brasil — Ambiente de Negócios, um encontro com empresários brasileiros ocorrido em São Paulo, na sede da Fiesp, e promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

"O Supremo está votando novo marco temporal. O que é que isso? Bem, hoje em dia, quem já foi demarcado como terra indígena, foi demarcado. Ponto final. Não se discute mais. Se reabrir a discussão, novo marco temporal, são centenas de novas áreas indígenas que deverão ser demarcadas no Brasil. Se hoje já temos uma região do tamanho do Sudeste como terra indígena, teremos mais uma área agora do tamanho da região Sul. E pela localização geográfica dessa novas terras indígenas, nós vamos inviabilizar o agronegócio. A quem interessa isso?", questionou.

Bolsonaro ainda completou que o voto a favor do marco do ministro Edson Fachin "não é novidade" e o chamou de "trotskista".

"Nem era para estar sendo discutido isso. Está um a um o placar. O Fachin votou pelo novo marco temporal, não é novidade. Trotkista. O Kassio (Marques) empatou. A vista está com nosso Alexandre de Moraes. Não sei qual vai ser o voto dele, mas nós sabemos. Se perdermos, eu vou ter que tomar uma decisão porque eu entendo que esse novo marco temporal simplesmente enterra o Brasil. Olha a responsabilidade de todos. Tem coisa que são óbvias. E a gente não consegue entender porque
certas pessoas agem de maneira contra a sua pátria. São coisa inacreditáveis", concluiu.

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Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press -
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