Categoria estratégica para Bolsonaro

O reajuste para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários federais, incluído no Orçamento para 2022, havia sido prometido pelo presidente Jair Bolsonaro em aceno a uma categoria estratégica para as eleições de 2022.

O valor de R$ 1,7 bilhão previsto na peça orçamentária para conceder o aumento salarial às categorias é quase todo o pedido feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em nome de Bolsonaro, para a reestruturação das carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Os salários de um delegado da Polícia Federal e de um perito criminal federal variam de R$ 23.692,74 a R$ 30.936,91, de acordo com o Painel Estatístico de Pessoal do governo. Um policial rodoviário federal ganha entre R$ 9.899,88 e R$ 16.552,34. O salário de um agente de execução penal, por sua vez, varia de R$ 5.922,63 a R$ 10.357,30.

Bolsonaro chegou a prometer reajuste para todos os servidores em 2022, ano em que disputa a reeleição. "Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%", disse o presidente, em entrevista à Gazeta do Povo no dia 8 deste ano. "Servidor, em grande parte, merece isso", completou. No fim, incluiu apenas aumento salarial para carreiras policiais.

Reestruturação

Para Gentil Ney Espírito Santo da Silva, presidente da Federação Nacional dos Agentes Federais de Execução Penal (Fenafep), a fatia do Orçamento significa uma estruturação da carreira. "Estados e municípios estão esperando a regulamentação dos policiais penais federais para que possam fazer as próprias legislações. Com a criação dessa estrutura, haverá um reenquadramento salarial e menor abstenção em concursos", sustentou. "Além disso, o fato de não haver orçamento para concursos e chamar novos concursados causa evasão e, assim, a defasagem da categoria. Nós somos apenas 1.600, e mais de 300 estão vagos", afirmou.