RENEGOCIAÇÃO

Anistia do Fies foi "vazada" por Lula antes da hora, diz Bolsonaro

De acordo com o chefe do Executivo, "Lula se antecipou e falou que anistiaria (estudantes). Agora diz que (o governo) só tomou decisão por causa dele". "Está mentindo, como sempre. Parece que não consegue falar nada sem mentir", completou

Cristiane Noberto
postado em 06/01/2022 17:43 / atualizado em 06/01/2022 17:45
 (crédito: Evaristo Sá/AFP; Fabrice Coffrin/AFP)
(crédito: Evaristo Sá/AFP; Fabrice Coffrin/AFP)

Já estava nos planos do governo federal anistiar os inadimplentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), antes mesmo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começasse a argumentar sobre o assunto. De acordo com Jair Bolsonaro (PL), a proposta estava sendo estudada há meses e teria sido “vazada” pelo petista antes de virar a Medida Provisória assinada no final de dezembro.

“Essas decisões você não toma de um dia para o outro. Começamos há alguns meses a discutir esse assunto com a equipe econômica e acabou vazando. O Lula se antecipou e falou que anistiaria e, agora, diz que [o governo] só tomou a decisão por causa dele [Lula]. Está mentindo, como sempre. Parece que não consegue falar nada sem mentir”, criticou Bolsonaro em entrevista a TV Nova Nordeste nesta quinta-feira (6/1).

Segundo o presidente, a discussão sobre a anistia demorou “meses”. Nas contas do chefe do Executivo, há 2,4 milhões jovens que devem cerca de R$ 106 bilhões à Caixa Econômica Federal ou ao Banco do Brasil por causa do Fies. De acordo com Bolsonaro, ainda, a dívida afasta o jovem do mercado de trabalho.

“Recomendo ao jovem formado tomar conhecimento da MP para ele ver em qual nível se encaixa. A quem tinha contrato até 2017 e estava inadimplente, anistiamos todos os juros, e do restante, 92%. Dos demais, cai para 86% mais ou menos. Baita de um negócio para poder se livrar da dívida e se integrar ao mercado de trabalho, para que, não só possa conseguir o seu ganho, mas também pagar impostos e ajudar o Brasil”, afirmou.

MP da anistia

A MP 1.090/2021 entrou em vigor no dia 30/12. De acordo com o comunicado da pasta chefiada pelo ministro Milton Ribeiro, a MP busca permitir aos estudantes inadimplentes que tenham formalizado a contratação do Fies até o segundo semestre de 2017, e que estejam com débitos vencidos e não pagos até a data da publicação da medida, a renegociação de dívidas.

As modalidades de transação são aquelas realizadas por adesão, na cobrança de créditos contratados com o Fies até o segundo semestre de 2017 e cujos débitos estejam vencidos, não pagos há mais de 360 dias, e completamente provisionados; ou vencidos, não pagos há mais de 90 dias, e parcialmente provisionados. 

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