Discurso em construção

Correio Braziliense
postado em 08/01/2022 00:01

Com a produção de vacinas 100% brasileiras pela Fiocruz e a possível redução do isolamento para assintomáticos, os estrategistas políticos do PL esperam reduzir o impacto das falas do presidente Jair Bolsonaro em relação à imunização e reforçar a narrativa contra o #fiqueemcasa. A ordem é modular a atuação do presidente em relação à pandemia em duas frentes. No caso das vacinas, a ideia é fazer viralizar nas redes que Bolsonaro pode até não tomar a vacina contra a covid, mas não se recusou a disponibilizar imunizantes para quem quisesse tomar e, de quebra, o governo apoiou a produção da vacina brasileira. Quanto à redução do período de isolamento dos assintomáticos, a atitude reforçará o discurso do presidente contra o #fiqueemcasa.

A ideia de modular o discurso da pandemia é justamente para tentar baixar a rejeição a Bolsonaro. Até aqui, a pandemia e a economia foram os principais fatores de rejeição do presidente. Se conseguir mudar a percepção em relação à pandemia, já será algum caminho andado. Quanto à economia, Bolsonaro sempre colocará parte da responsabilidade no colo dos governadores que adotaram o lockdown para conter a transmissão do vírus no início da pandemia.

Difícil retorno

A ideia dos parlamentares de começar o ano com os demais colegas e todos os seus servidores no regime presencial vai causar alguma resistência. É que, neste período de recesso, em que os funcionários trabalham em esquema de plantão e com o Congresso praticamente vazio, a covid já deu o ar da graça.

Imagine com a Casa cheia

Os números oficiais de doentes ainda não foram divulgados, mas, em conversas reservadas, médicos relatam que, nesses primeiros dias de 2022, foram registrados ali, pelo menos, 15 casos de covid e 24 de gripe. Isso sem contar os que estavam na fila do departamento médico esperando atendimento.

O ingresso de Doria

A carta do governador de São Paulo, João Doria, criticando o projeto do PT de reverter privatizações, teto de gastos e reforma trabalhista foi lida pelos políticos como o passe para que ele tente entrar em campo na disputa por espaço eleitoral. Até aqui, nesse centro avesso a Lula e a Bolsonaro, Sergio Moro ingressou puxando pelo discurso do combate à corrupção. E Doria tenta entrar pelo viés da economia/gestão.

A lógica eleitoral se inverteu

Até aqui, os partidos colocavam seu pessoal bom de voto para governador ou senador. Agora, planejam colocar seus melhores quadros para concorrer à eleição de deputado federal. Por isso, no PSB, a ideia é incluir Rodrigo Rollemberg nessa roda, assim como, no Cidadania, há quem defenda que Cristovam Buarque seja candidato a um mandato à Câmara. No Maranhão, conforme a coluna adiantou dia desses, a puxadora de votos do MDB será a ex-governadora Roseana Sarney.

Hora das estrelas

Assim como os produtores de filmes procuram sempre um astro para atrair público, os presidentes de partidos vão buscar políticos conhecidos e pessoas famosas para concorrer a um mandato de deputado federal.

A fila só cresce

Os funcionários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) começaram a se mobilizar por reajuste salarial. O primeiro passo foi uma carta aberta ao presidente da CVM, em que demonstram sua indignação pelo fato de o governo federal prever, no Orçamento de 2022, reajuste para apenas algumas categorias. "Essa decisão é um duro golpe, especialmente se considerarmos a inflação em alta, que já chega a dois dígitos nos últimos 12 meses", diz o texto.

Férias do barulho/ A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, entra em férias hoje, mas seus adversários, não. Mesmo depois da entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro disse com todas as letras que ela não seria demitida pela imprensa e da conversa entre os dois na qual Bolsonaro reforçou sua permanência, um grupo continuará tentando
forçar a porta.

Férias sem barulho/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (foto), avisou aos seus aliados que só volta à cena no final de janeiro, para organizar a volta dos trabalhos do Congresso.

Muita calma nessa hora/ Quanto à pré-campanha presidencial, o calendário que o senador definiu com o PSD prevê que ele comece a se movimentar de forma mais incisiva apenas no final de fevereiro, ou seja, depois do carnaval.

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