COVID-19

Bolsonaro nega briga com presidente da Anvisa e diz que assunto era particular

O presidente também disse que os ministros "não têm com quem conversar" quando as agências reguladoras estabelecem limites

Ingrid Soares
postado em 12/01/2022 19:21
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (12/01), que não brigou com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, e que o assunto era particular entre os dois. O presidente também falou sobre 'respeito à hierarquia'. As declarações ocorreram durante solenidade de lançamento de linha de crédito para apoio a aquicultores e pescadores. 

"De vez em quando, fico com os nervos à flor da pele porque eu quero resolver as coisas e somos impactados. Não temos aquela liberdade toda como alguns acham que tenho. Se fosse no quartel, cheguei até capitão... Aqui não é um quartel. Aqui devemos, ao máximo, zelar pela hierarquia e disciplina aqui dentro. Se não, não funciona".

"Não briguei com o presidente da Anvisa. Questionei sobre um assunto que tinha que ser questionado. Só eu e ele e mais ninguém. De repente, está na imprensa a questão", reclamou.

Bolsonaro exemplificou que, às vezes, tem conversas ríspidas com o time ministerial, mas que fica apenas entre eles.

"Como eu tenho tido conversas às vezes ríspidas com ministros e fica entre nós dois num canto. Onde tem liberdade de também colocar seu ponto de vista para nós buscarmos o melhor para o nosso Brasil. O nosso país foi um dos melhores que se saiu na questão da economia durante a pandemia. Ninguém conseguiu, quase, no mundo todo, fazer o que nós fizemos. Evitamos um caos no Brasil. E se instala-se um caos no Brasil de âmbito nacional, outros países podem meter o pé aqui dentro, como vem metendo o pé em alguns outros aqui da América do Sul. Fizemos o auxílio para evitar que houvesse saque em mercados entre tantas coisas", completou.

O presidente também disse que os ministros "não têm com quem conversar" quando as agências reguladoras estabelecem limites.

"Apelo para os nossos senadores que tem dado um tremendo apoio para mim. Por ocasião da indicação de agências. Quando se vive uma crise como essa, que temos problemas, quando se vai na respectiva agência, a gente não tem com quem conversar porque cada senador, não são todos, quer indicar a sua pessoa para lá, que nem sempre atende aos interesses públicos. Lamentavelmente, muitas vezes eu vejo o Tarcísio, vejo o Bento, agoniado. Por que a respectiva agência está criando dificuldades? Não sei".

Na semana passada, Bolsonaro questionou "o que está por trás" da decisão da Anvisa ao autorizar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Também chamou os defensores da imunização infantil de "tarados por vacinas". Barra Torres divulgou uma nota cobrando o presidente provas de corrupção do órgão ou que se retratasse.

Nessa segunda-feira (10), o presidente negou ter mencionado haver corrupção na agência e afirmou que não havia motivo para o tom agressivo do presidente da Anvisa. "Me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva. Não tinha motivo para aquilo", disse na data.

Também na entrevista de hoje, o presidente minimizou os impactos da ômicron no Brasil e disse que a nova variante da covid-19 é "bem-vinda". Com letalidade menor, mas com capacidade de disseminação maior, o vírus pode sobrecarregar o sistema de saúde.

Ao falar sobre o aumento dos combustíveis, o presidente relatou ficar chateado, pois, segundo ele, a população deveria 'criticar a pessoa certa e não atacar uma pessoa por atacar'.

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