Senadores querem ouvir governo antes de CPI

Correio Braziliense
postado em 13/01/2022 00:01

Os senadores que integram o Observatório da Pandemia, criado após a CPI da Covid, querem ouvir especialistas e o governo sobre o apagão de dados do Ministério da Saúde antes da abertura de uma nova comissão. A estratégia é realizar uma reunião pública, ainda neste mês, para expor a apuração.

O assunto foi discutido durante encontro entre integrantes do observatório, na noite de terça-feira. "É muito estranho: na hora que se decide exigir o passaporte da vacina, misteriosamente, sair do ar o sistema que tem os dados de quem foi vacinado", disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI em 2021 e comanda o observatório.

A Frente Parlamentar do Observatório da Pandemia de Covid-19 tem 11 integrantes e é composta por senadores que atuaram na CPI de forma crítica ao governo. O grupo foi criado para acompanhar os desdobramentos da comissão, que terminou em outubro, com o pedido de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades ligadas ao chefe do Executivo.

A invasão aos sistemas do Ministério da Saúde atingiu plataformas como e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI ) e também o ConecteSUS, que fornece o comprovante de vacinação. Embora tenham voltado a operar, alguns sistemas permanecem instáveis, o que tem dificultado o abastecimento e a consulta de informações. O caso é investigado pela Polícia Federal.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou, na terça-feira, um pedido para instalação de uma nova CPI e tenta coletar as 27 assinaturas necessárias, em uma estratégia para emplacar outra investigação contra o governo. Além da adesão mínima, a abertura de uma nova comissão depende de decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Relator da comissão que terminou com o indiciamento de Bolsonaro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) manifestou apoio à abertura de outra apuração. "Apoio a nova CPI. Há fatos novos e determinados: boicote à vacinação infantil, apagão de dados no MS (Ministério da Saúde), tocado por um sabujo, além da explosão de casos", disse o parlamentar.

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