E todos brincam com o fogo

Correio Braziliense
postado em 29/01/2022 00:01
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

Chegou aos ouvidos de aliados de Jair Bolsonaro que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pretende deixar o presidente da República inelegível. Pelo menos, essa foi a conclusão levada ao Planalto, depois que o ministro desconsiderou o recurso da Advocacia-Geral da União para que Bolsonaro não precisasse depor no caso de vazamento de documentos sigilosos. A forma como todos vão tratar desse tema daqui por diante será fundamental para definir o clima de largada das eleições.

O bolsonarismo não suportará inerte ver o presidente da República inelegível, se tudo seguir por esse caminho. Voltará às ruas. Para completar, a economia também balançará, e muito. Não por acaso, ontem mesmo os bombeiros entre o governo e o Judiciário foram acionados. O momento é de tentar acalmar para evitar que a brasa se espalhe e vire um incêndio de grandes proporções.

Alckmin vai

Amigos de Geraldo Alckmin atestam que ele está decidido a ser vice na chapa de Lula. E esses amigos usam inclusive esta imagem: Alckmin só não o será se houver outra explosão de um vulcão submerso.

Lula versus Temer

Líder nas pesquisas, o ex-presidente Lula prepara um documento para atribuir os problemas econômicos que o país enfrentou no final do governo Dilma Rousseff ao processo de impeachment. De quebra, o petista deixa transparecer a raiva que mantém em relação ao ex-presidente Michel Temer. "O golpe dado pelo Temer destruiu o país", disse Lula, em entrevista à rádio Liberal, do Pará.

Temer versus Lula

Procurado pela coluna, Michel Temer foi direto. "Lamento pelo ex-presidente. Ele deve ter percebido o grande reconhecimento que o meu governo está tendo na sociedade como um todo. Redução da inflação e dos juros, reformas fundamentais que fizemos desmentem sua fala. Tenho muito orgulho da minha presidência", respondeu.

Pai é quem cria

A conclusão das obras de transposição do São Francisco, com a chegada das águas ao Rio Grande do Norte, promete virar cartão de visitas do governo Bolsonaro. Embora o governo Lula tenha deflagrado o projeto e se prepare para alardear isso na campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro fará o discurso de que houve roubo na gestão petista e consequentemente, falta de recursos.

Tá explicado/ Ao apresentar seus vencimentos na inciativa privada, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro pretende dar aos aliados fôlego para que eles possam dizer com todas as letras que trabalhar não é crime. Roubar é.

Lula resgata Dilma/ O ex-presidente aproveitou a pergunta dos jornalistas da Rádio Liberal, do Pará, sobre Dilma para colocá-la na roda. "Ela não gostava muito de conversar, e tem gente que é assim (...) Espero que esteja viva e forte para participar da campanha", disse Lula.

Joio & trigo/ Lula já disse a amigos que não pretende resgatar todos que tombaram ao longo da Lava Jato. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci — a pedido do ex-presidente, coordenador da campanha de Dilma em 2010 —, é um dos que o petista quer distância regulamentar. Palocci foi o único da cúpula partidária a fazer delação premiada.

Por falar em Lava Jato.../ No dia em que viu o processo do triplex arquivado pela Justiça Federal do DF, Lula respondeu na entrevista sobre o que pensa a respeito da autocrítica que muitos cobram dele e do PT: "O que não pode cobrar é que eu fique reconhecendo as críticas que a oposição possa fazer a mim".

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