VAZAMENTOS

Ciro Nogueira sobre crise de Bolsonaro com Supremo: "Não é o momento de estarmos brigando"

O ministro da Casa Civil também defendeu, em entrevista, que "é momento de respeitar o espaço de cada poder"

Ingrid Soares
postado em 29/01/2022 17:39 / atualizado em 29/01/2022 17:42
 (crédito: EVARISTO SA)
(crédito: EVARISTO SA)

O ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, afirmou que "não é o momento" para mais uma briga entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Judiciário. A declaração é uma referência ao impasse à decisão do chefe do Executivo que ignorou a determinação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) e não compareceu ao depoimento no âmbito da investigação sobre supostos vazamentos de documentos sigilosos em relação a um ataque hacker aos servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcada para ontem, às 14h, na sede da Polícia Federal.

"Isso não é muito importante para o nosso país, quase não tem importância nenhuma na vida do cidadão, das pessoas que estão hoje querendo ter suas vidas de volta. Que a gente possa ter um país que possa gerar mais emprego e renda, que é o que importa a esse país. Essas disputas não valem a pena e nós vamos superar, eu tenho certeza disso", disse em entrevista à CNN Brasil.

O ministro da Casa Civil também defendeu ao canal que "é momento de respeitar o espaço de cada poder".

"É ruim, toda disputa, né, quando esses conflitos não fazem bem, principalmente nesse momento, não é o momento de nós estarmos brigando. É o momento mais de nós estarmos respeitando o espaço de cada poder, estarmos trabalhando juntos para termos um país melhor e para que essas pessoas que estão em casa, que estão sofrendo, desempregadas, sem ter às vezes como alimentar seus filhos, olham para a televisão e as pessoas estarem brigando, discutindo, disputando, isso não faz sentido", concluiu.

Bolsonaro afirmou em "declaração" escrita à Polícia Federal (PF) que exerceu o "direito de ausência" ao não comparecer ao depoimento marcado. O documento foi entregue ontem pessoalmente pelo advogado-geral da União (AGU) Bruno Bianco à delegada do caso, Denisse Ribeiro. 

Na carta enviado à PF, o presidente ainda citou duas ações julgadas pelo STF em 2018 que versam que a condução coercitiva é inconstitucional e fere o direito do investigado de ficar em silêncio e não produzir provas contra si próprio. A decisão de faltar ao depoimento, segundo o presidente, é embasada na decisão do julgamento.

Hoje, após uma visita à Catedral Metropolitana de Brasília, Bolsonaro evitou comentar sua falta no depoimento e se limitou a dizer que está “tudo em paz”.

 

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