A senha para o afastamento

A irritação de deputados do Centrão com o governo do presidente Jair Bolsonaro por causa da não-liberação das emendas fechou 2021, conforme a coluna registrou, e, agora, abre 2022 com o discurso para que grande parte desse grupo se distancie de Jair Bolsonaro. Esse é o principal reflexo das reclamações de muitos deputados — caso, por exemplo, do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), que entre os correligionários tem defendido que o presidente demita a ministra da Secretaria de Governo,
Flávia Arruda, que é quem despacha as emendas.

Só tem um probleminha: Bolsonaro não pretende demitir a ministra há três meses de ela deixar o cargo para concorrer a um mandato de senadora pelo PL, o mesmo partido do presidente. Por isso, o tom da reclamação de Motta, que já foi aliado do PT quando era do MDB, é visto mais como a montagem de um cenário para que ganhe uma distância regulamentar do governo. E possa,
mais à frente, se reaproximar de Lula.

Vale lembrar que Motta é ainda ligadíssimo ao atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Nos bastidores, já tem muita gente atribuindo o tom do deputado a um recado de Ciro. Nos velhos tempos de disputa entre PT e PSDB, o MDB sempre ficava com um pé em cada canoa. Desta vez, com PP e Republicanos, não será muito diferente em relação a Bolsonaro.

Se ouviu, foi para seguir

O Ministério da Saúde tende a seguir o que a maioria decidiu: não exigir a receita médica para a vacinação de crianças contra a covid e nem a obrigatoriedade da aplicação da vacina no público de
5 a 11 anos.

Eles vão "solteiros"

O Republicanos de Hugo Motta, conforme a coluna publicou em primeira mão no ano passado, vai mesmo sozinho para a eleição presidencial. Não apoiará oficialmente Bolsonaro ou outro candidato. A bancada, hoje, está dividida em três: uma parte é Bolsonaro, outra Lula e um terceiro grupo deseja apoiar Sergio Moro (Podemos). E seus deputados vão apoiar os três candidatos.

Estou bem

Ao posar para fotos fazendo musculação, esta semana, o ex-presidente Lula afasta as especulações feitas até por alguns petistas de que não aguentaria uma campanha ou que tem saúde frágil. Lula é o nome do PT e assim será.

Moro é a Marina da vez/ Os políticos começam o ano com a seguinte aposta em relação às chances eleitorais do ex-juiz Sergio Moro: vai ter uma onda em seu favor, mas terminará em terceiro. Tal e qual Marina Silva, em 2014.

Eles também descansam/ Depois da maratona de Natal e ano novo Brasil afora para organizar e conferir de perto o atendimento às vítimas dos temporais em várias regiões do país, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (foto), tirou umas férias. Sabe como é: se não parar agora, só em janeiro de 2023. E olhe lá.

Ele fica/ Com Marinho em férias, quem vai comandar os trabalhos de atendimento às vítimas de temporais é o secretário Nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas.

Regalia ou desrespeito à regra?/ As fotos de Bolsonaro no hospital caminhando com seus seguranças, e todos sem máscara de proteção, deixou pacientes do hospital Vila Nova Star indignados. Ali dentro, o uso de máscara é (ou deveria ser) obrigatório. E sem exceções. Em tempos de "flurona" (junção da gripe com covid-19), todo o cuidado é pouco.