Mobilização aumenta

A crise entre o governo e a elite do funcionalismo público federal continua se alastrando. Após os servidores da Receita Federal e do Banco Central entregarem cargos comissionados, mais de 150 auditores-fiscais do Trabalho deixaram postos de chefia ou coordenação.

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) se reuniu, na terça-feira, com a cúpula do Ministério do Trabalho e Previdência para levar a insatisfação dos servidores que, assim como outras 36 categorias, cobram do governo a abertura de negociação para reajustes salariais.

O movimento começou após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, em dezembro, que faria uma reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O governo chegou a reservar R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para atender apenas as categorias de segurança que são base de apoio do seu governo.

Como no caso da Receita, os auditores do Trabalho cobram, também, a regulamentação do bônus variável por eficiência, aprovado pelo Congresso há cinco anos, mas que ainda não entrou em vigor.

Vice-presidente do Sinait, Carlos Silva disse que a entrega de cargos e a possível paralisação das atividades vão estrangular operações, como de combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil, além do enfrentamento a fraudes.