eleições

PT acentua as investidas por apoio do PSD a Lula

Silêncio de Pacheco sobre candidatura ao Planalto faz petistas apostarem em aliança

Bernardo Lima* Gabriela CHABALGOITY*
postado em 01/02/2022 00:01
 (crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)
(crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)

Diante da indefinição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), sobre se lançar candidato ao Palácio do Planalto, o PT trabalha para ter o apoio do PSD ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro turno das eleições de outubro. Dono de uma das maiores bancadas do Congresso, o PSD é valioso para as legendas que entrarão na corrida eleitoral.

A ideia é de, numa eventual aliança, o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser vice na chapa de Lula, migrasse para o PSD, atrelando definitivamente a legenda à candidatura do petista — líder disparado de pesquisas de intenção de voto.

Pessoas próximas ao presidente do Senado têm comentado que ele tende a postergar os planos de disputar o Planalto. As negociações para que o senador Alexandre Silveira (PSD-MG) seja líder do governo na Casa seriam um sinal de que Pacheco pretende continuar no Congresso.

"Eu vejo a negociação do Alexandre Silveira para ser líder do governo como um indicativo de que Pacheco não vai lançar sua candidatura, porque seria um representante da nossa bancada apoiando um adversário dele nas eleições, não faria sentido nenhum", sustentou um parlamentar ao Correio, em caráter reservado. Questionado sobre um possível apoio do PSD à chapa do PT, o parlamentar afirmou que a questão só será discutida após a decisão oficial de Pacheco, que deve ocorrer em abril.

Outra fonte no PSD, no entanto, afirmou que o senador acordou com o presidente da legenda, Gilberto Kassab, que vai começar a trabalhar na campanha presidencial. "Falei com o Pacheco na semana passada e ele me garantiu que lançará a candidatura em março", enfatizou o integrante do partido.

Kassab, inclusive, resistiria à ideia de apoiar a candidatura de Lula já no primeiro turno. Mesmo com chances cada vez menores de ter um candidato próprio, o PSD só deve avalizar a chapa petista após os resultados da rodada inicial das eleições. Segundo interlocutores de Kassab, a resistência se deve à falta de consenso sobre a candidatura que apoiariam no caso de desistência de Pacheco. "Se for para qualquer lado agora, racha geral", disse a fonte.

Com 35 deputados federais e 11 senadores, o PSD é alvo de cobiça. "Hoje, os partidos já olham o PSD de outra maneira, sabendo que o partido tem uma bancada muito grande para acrescentar em uma aliança, então existem muitos partidos interessados em nosso apoio no momento", destacou ao Correio outro parlamentar da legenda.

*Estagiários sob supervisão de Cida Barbosa

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