A disputa por protagonismo vai atropelar tudo

Correio Braziliense
postado em 05/02/2022 00:01
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do deputado Christino Áureo (PP-RJ) para tentar dar aquela aliviada no reajuste dos combustíveis é o primeiro grande embate entre a área econômica e a política do governo neste ano eleitoral, mas não será a última. Na próxima semana, os senadores vão insistir numa sessão do Congresso para análise dos vetos ao Orçamento, onde a briga promete continuar.

Quanto aos combustíveis, os integrantes do PP ficaram muito incomodados ao perceber que o partido e a área política do governo ficariam fora da foto principal de um possível acordo, via Senado, para reduzir o valor do preço dos combustíveis. Assim, a avenida estaria aberta para o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pré-candidato a presidente da República.

Vale lembrar: quando a briga é grande, o contribuinte nem sempre leva a melhor, haja vista a reforma tributária, que até hoje segue sem desfecho diante da disputa por protagonismo entre Câmara e o Senado, e as divergências entre governo federal e estaduais.

Na contramão
do mundo

O Parlamento brasileiro promete perder um tempo danado discutindo essa redução de impostos dos combustíveis fósseis — algo que vai no caminho oposto dos países desenvolvidos, que tendem a taxar cada vez mais essas fontes de energia para incentivar as de origem limpa e renovável.

No grito, não leva

O líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), entrou no circuito para mandar o seguinte recado aos tucanos do Distrito Federal: "Com ou sem federação com o PSDB, teremos Ibaneis Rocha como o nosso candidato a governador do DF. Não abrimos mão", avisou, referindo-se à declaração do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), sobre Ibaneis ter de procurar outro partido se quiser ser candidato a governador.

Cada um no seu quadrado

O MDB ficou muito incomodado ao ver o senador tucano interferindo em algo que diz respeito aos emedebistas. "O governador é parceiro e solidário. Acho que o senador Izalci está desinformado", afirmou Isnaldo.

Fechou Pernambuco, mas.../ A candidatura de Humberto Costa (PT, foto) ao governo de Pernambuco era vista como um bode na sala colocado pelos petistas que discutem a federação com o PSB. Se não resolver os outros estados, não fecha. E, para completar, é preciso que o PT diga com todas as letras que aceitará a indicação dos socialistas às prefeituras que, hoje, já são capitaneadas pelo PSB. Até aqui, nada nesse sentido está no papel.

...o caminho não terminou/ Para facilitar, os petistas separaram a negociação com o PSB em três estações: 1) A coligação para apoiar Lula, que está fechada; 2) A situação de Márcio França, o nome do PSB para o governo de São Paulo, ainda pendente; e 3) A federação, considerado o ponto mais difícil no momento.

E Aline ficou na mão/ Insuflada pelo time bolsonarista a concorrer ao Senado, a deputada Aline Sleutjes (PSL-PR) saiu em campo e tratou de organizar tudo. Na hora em que foi tratar do assunto com dirigentes do PP, partido ao qual pensou em se filiar, foi informada de que a vaga não está disponível.

Te vira, Valdemar/ Agora, caberá ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tratar de resolver o problema. Aline é querida da turma palaciana, mas ainda não garantiu o espaço. O presidente Jair Bolsonaro, que não quer briga com ninguém da base, tem dito a aliados que apoia Aline, mas quem
decide é o partido.

Ato por Moïse Mugenyi Kabagambe/ Hoje, às 10h, em frente ao Palácio Itamaraty, os ativistas de direitos humanos têm encontro marcado em busca de justiça para Moïse, o congolês assassinado a pauladas num quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

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