A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passou cerca de cinco meses inspecionando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) antes da crise que levou a 37 pedidos de exoneração às vésperas da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021. A informação foi confirmada num ofício do Ministério da Justiça, em resposta a uma demanda do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
O parlamentar buscava respostas para denúncia de servidores de que um policial federal teria acessado o local de conferência das provas. Molon questionou o Ministério da Justiça sobre o motivo da entrada do agente, quem teria dado a autorização e quais atos o policial praticou no local. Em resposta, o delegado de Polícia Federal Eduardo Adolfo do Carmo Assis assegurou que o perito criminal apenas "verificou se o ambiente possuía condições mínimas de segurança" e ressaltou que "não houve acesso ou sequer pedido de acesso às provas ou questões que compunham o Exame Nacional do Ensino Médio".
No ofício consta que a Abin produziu "um longo e completo relatório sobre a segurança dos ambientes e dos processos relacionados à produção de provas, como o Enem". Quanto ao acesso às provas, foi esclarecido que as questões do exame são elaboradas e guardadas no local que é chamado de "sala segura" do Inep, onde apenas pessoas autorizadas podem entrar.
Debandada
A crise ocorrida em novembro de 2021 — que provocou debandada em 37 dos 110 cargos comissionados de coordenação do Inep — levantou suspeitas sobre a aplicação do Enem. Na época, o presidente do órgão, Danilo Dupas, informou que aqueles "que pediram exoneração representam 10% do total de funcionários da entidade e podem ser substituídos por outros igualmente competentes".
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a saída coletiva dos coordenadores do Inep possuía cunho ideológico. Segundo o político, os servidores "iam ser 'saídos' mesmo" e resolveram se antecipar às mudanças previstas.
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