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TSE começa a fechar o cerco às fake news

Corte faz acordo com aplicativos e plataformas com vistas às eleições de outubro

Luana Patriolino
postado em 16/02/2022 00:01
 (crédito: Najara de Araújo/Secom/TSE)
(crédito: Najara de Araújo/Secom/TSE)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fechou, ontem, um acordo com as principais plataformas e redes sociais para combater as mentiras e desinformações nas eleições de outubro. Entre as medidas que serão adotadas, há a previsão da criação de um canal de denúncias no Facebook, no WhatsApp e no Instagram contra os disparos em massa de mensagens suspeitas de desinformação. O Telegram, para onde migrou a extrema direita e os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, não faz parte do acordo.

A estratégia para combater as fake news foi firmada entre o TSE e Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai. O tribunal tenta, ainda, uma negociação com o LinkedIn.

O canal de denúncias focado nas mensagens de disparo em massa é parte dos esforços de combate à desinformação para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro. O funcionamento do canal ainda será definido pelos envolvidos.

Ao Correio, a responsável pelas políticas públicas do Instagram na América Latina, Natália Paiva, afirmou que as plataformas estão colaborando. "Não permitimos em nossos aplicativos conteúdos que possam interferir na eleição, como, por exemplo, santinhos digitais com o número incorreto do candidato e materiais que indiquem a data errada da votação", disse Natália.

Na assinatura do memorando do acordo, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que está focado em garantir a democracia brasileira. "Estamos preocupados e empenhados em preservar um ambiente de debate livre, amplo, robusto, mas que preserve certas regras mínimas de legalidade e de civilidade. Portanto, estamos empenhados em combater o ódio, a criminalidade difundida on-line e teorias conspiratórias de ataques às democracias", disse.

Sobre o Telegram, o TSE ainda não conseguiu contato com o administrador por causa da falta de escritório da empresa no Brasil. Apesar de já ter afirmado várias vezes não gostar da ideia de banir a plataforma, o ministro Barroso deu a entender, em entrevista recente, que tomará alguma atitude contra o aplicativo — "o Brasil não é a casa da sogra", avisou.

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