Governo avalia reajuste linear

Correio Braziliense
postado em 22/02/2022 00:01
 (crédito: Elio Rizzo/Esp. CB/D.A Press - 31/10/10)
(crédito: Elio Rizzo/Esp. CB/D.A Press - 31/10/10)

Na linha de frente da covid-19, os profissionais de saúde foram atingidos em cheio pela doença e tiveram uma taxa de contaminação muito maior do que a população em geral. A infecção pelo Sars-CoV-2 em trabalhadores do setor também foi influenciada pela desigualdade social. É o que aponta um estudo do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), feito com profissionais da própria instituição.

O estudo é resultado de uma pesquisa feita com 1.154 trabalhadores da saúde nos primeiros meses da pandemia no Brasil, entre junho e julho de 2020. Os resultados apontaram uma alta prevalência do vírus no sangue de 30% nos profissionais do setor, muito maior do que as taxas da população em geral, de 3% a 5% no mesmo período. No entanto, quando se observa a infecção desse pessoal, o estudo indica que alguns grupos apresentam maior risco e vulnerabilidade.

"Quanto à raça, 37,1% dos não brancos tiveram resultado positivo em comparação com 23,1% dos brancos. O nível de escolaridade esteve inversamente associado à soropositividade para Sars-CoV-2, assim como a renda", diz um trecho do estudo. Uma das conclusões é de que "quanto maior a renda e a escolaridade do profissional, e sendo profissional da saúde, menor risco ele tinha de ser infectado".

Enquanto 40,4% dos trabalhadores de apoio (cargos administrativos, recepcionistas, guardas e agentes de limpeza) apresentaram resultados positivos, apenas cerca de 25% dos profissionais de saúde na assistência (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, entre outros) revelaram soropositividade. Entre o pessoal de apoio, os agentes de limpeza foram os que tiveram maior taxa de infecção (47,5%).

Para o coordenador de pesquisa do IFF/Fiocruz e coautor do artigo, Saint Clair Gomes Junior, o trabalho é uma importante contribuição no entendimento dos fatores que favorecem o aumento do risco de infecção pelo novo coronavírus. "Apesar de os resultados serem direcionados a trabalhadores da saúde, muito provavelmente esse mesmo padrão de vulnerabilidade ocorre na população em geral", disse. (MEC)

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