O ex-presidente Lula (PT) criticou os governos de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL) pelo fechamento de fábricas de fertilizantes no país. O petista se manifestou em uma rede social, em resposta à publicação de uma notícia na qual a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmava que "o Brasil errou" ao fechar fábricas de fertilizantes da Petrobras.
Para Lula, "foram os governos de Temer e Bolsonaro que erraram, não o Brasil, fechando fábricas de fertilizantes na Bahia, em Sergipe e no Paraná". Atualmente, há unidades em funcionamento em Sergipe e na Bahia. A fala de Lula ocorre em um momento de incerteza quando à oferta de fertilizantes para a agricultura Brasileira. Cerca de 25% do produto utilizado no país é importado da Rússia e de Belarus. Com a guerra na Ucrânia, não há como transportar os fertilizantes, o que pode prejudicar a safra brasileira no médio e longo prazos.
A produção de fertilizantes pela Petrobras foi paralisada após a crise de 2014, quando a estatal decidiu fechar suas fábricas ativas e tentar vendê-las.
De acordo com Lula, Temer e Bolsonaro "também abandonaram a construção de novas fábricas de fertilizantes em Minas e no Mato Grosso do Sul. O governo atual aprofunda a dependência de derivados de petróleo importados, como fertilizantes e combustíveis, ao mesmo tempo em que destrói empregos desmonta o setor no Brasil".
Na quarta-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil tem "forte estoque de passagem" do adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), mas que, mesmo assim, o insumo é a principal preocupação do governo brasileiro.
"O nosso maior gargalo no Brasil é o potássio. Importamos mais de 90% do que consumimos. Este é o produto com o qual temos mais preocupação e por isso é que, já prevendo isso, estávamos articulando com outros países produtores, como o Canadá", disse ela.
Ao comentar a escassez de fertilizantes no Brasil, o presidente Bolsonaro citou a dependência do potássio russo como argumento para aprovar o PL 191/2020 na Câmara dos Deputados, que autoriza a mineração em terras indígenas. O chefe do Executivo argumenta que é urgente o acesso a reservas de potássio em terras indígenas. A alegação, entretanto, não se sustenta. Há centenas de pedidos de exploração de potássio fora de terras indígenas à espera de liberação das autoridades.
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