Meio ambiente

Caetano Veloso e mais artistas realizam ato contra "Pacote da Destruição"

Manifestação em Brasília denunciar projetos de lei que incentivam agrotóxicos, desmatamento e garimpo em terras indígenas

Michelle Portela
postado em 08/03/2022 22:21 / atualizado em 09/03/2022 13:54
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

O cantor e compositor Caetano Veloso convocou artistas e movimentos para participar do Ato pela Terra Contra o Pacote da Destruição, nesta quarta-feira (9/3), na Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional, em Brasília. 

A mobilização em Brasília recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e representantes de movimentos como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) também participam.

Por meio das redes sociais, Caetano explicou a importância de apoiar ao evento. “Esperamos que a luz lançada no Senado possa levar a resultados práticos. O presidente da Câmara tem dado mostras de fazer passar toda a desastrosa permissividade que o atual governo propõe”, disse.

Além de Caetano, que ainda não confirmou se fará show durante o ato, os artistas Emicida, Criolo, Maria Gadú, Seu Jorge, Bela Gil, Malu Mader, Lázaro Ramos, Nando Reis, Daniela Mercury, Baco Exu do Blues e Bruno Gagliasso estão com presença confirmada no ato.

Naturais de Brasília, os músicos do Natiruts já confirmaram presença. Para o vocalista Alexandre Carlo, o ato provoca a sociedade a se posicionar contra uma “agenda negativa” do atual governo e do Congresso Nacional que pode ter impacto de longo prazo para todos os brasileiros.

“O cenário que os cientistas estão alertando há quase duas décadas atrás: catástrofes climáticas, crise hídrica, dentre outras. O governo Bolsonaro infelizmente fracassou. Digo ‘infelizmente’ devido ao aumento da fome no Brasil, as pessoas nos sinais pedindo ajuda, pelo descaso, do negacionismo no período crítico da pandemia e pelo preço absurdo dos itens básicos de sobrevivência para a maioria dos brasileiros, como feijão, carne, gás e gasolina. No governo Bolsonaro quem era rico ficou milionário, quem era pobre agora está miserável e a classe média acabou pagando a conta”, avalia o artista.

Ato

O conjunto de projetos contra os quais o movimento protesta, nesta quarta-feira na Esplanada, tem sido chamado por ambientalistas e ativistas de “pacote da destruição”. Na lista, por exemplo, está o Projeto de Lei 191/2020, que modifica a atual legislação e legaliza a exploração mineral de terras indígenas na Amazônia.

Também estão os projetos de lei 191/2020 e 490/2007 – que liberam atividades como mineração e hidrelétricas em terras indígenas e barram o reconhecimento de novos territórios com a tese do marco temporal; os PL 2.633/2020 e 510/2021, apelidado pelos ambientalistas de PLs da Grilagem por flexibilizarem as regras de exploração de terra na região da Amazônia Legal; e o PL 6.299/2002 que amplia a margem para autorização a inserção de novos agrotóxicos no mercado.

A circulação de artistas e ativistas promete mobilizar a agenda política. A concentração está marcada para começar a partir das 14h, na Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional. Às 15h, os artistas, ambientalistas e representantes de organizações sociais participam de uma audiência com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem deverão apresentar um manifesto.

Às 16h, o grupo volta para a área externa do Congresso onde estará montado um trio elétrico. Além de discursos e transmissão via redes sociais, todos esperam que Caetano Veloso faça uma rápida apresentação musical.

 

 

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