Bolsonaro acusa "perseguição implacável"

Correio Braziliense
postado em 22/03/2022 00:01

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que sofre uma "perseguição implacável" por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do Executivo deu as declarações, ontem, em entrevista à Jovem Pan, ao reclamar das sanções no Telegram.

"Sabemos da posição do Alexandre de Moraes. (...) É uma perseguição implacável para cima de mim. Tivemos momentos difíceis no ano passado, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgou a possibilidade da cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por fake news", frisou. "Acredite: eu até respondi a processos no TSE por abuso do poder econômico", emendou, afirmando que as ações deveriam ter sido arquivadas.

Bolsonaro acusou Moraes de tentar favorecer algumas candidaturas, em especial, à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto. "Nós sabemos o que alguns querem no Brasil. Não são todos. Me querem fora de combate, e o Lula eleito. Pode ter certeza: dentro das quatro linhas, temos como fazer com que o processo caminhe na normalidade no Brasil", ressaltou.

Ele destacou que o ministro da Defesa, Braga Netto, enviou sugestões à Corte sobre o processo eleitoral e voltou a comentar a respeito do papel das Forças Armadas no processo de auditamento das urnas. "Teremos eleições sem interferência política", disse.

"Recuo"

O chefe do Executivo também comentou a decisão de Moraes de revogar o bloqueio ao Telegram. No domingo, o ministro justificou que a plataforma cumpriu as determinações judiciais que estavam pendentes.

"Revogou a própria decisão dele. O nosso advogado-geral da União, Bruno Bianco, entrou com uma ação sexta e sábado, muito bem fundamentada, levando-se em conta a jurisprudência do próprio Supremo", relatou. "A ação caiu para a senhora Rosa Weber (ministra da Corte), que já era autora de uma jurisprudência, ou seja, o Alexandre de Moraes ia perder no plenário e resolveu recuar", disparou.

O presidente ainda reprovou a atitude do ministro de ordenar a retirada de uma transmissão dele feita em 2021. "Uma das causas dele era retirar do ar uma live minha do Telegram. Ah, pelo amor de Deus, Alexandre de Moraes, você quer que eu tire? Eu tiro agora. Não tem problema nenhum", bradou. "Não tenho o número exato, mas tem dezenas de milhões de pessoas que usam Telegram. Você não pode prejudicar pessoas que usam isso daí para fazer negócio, para tratamento médico, usam para defesa civil. É um crime fazer isso daí. É um ato, no meu entender, lamentável, que ele resolveu recuar a tempo." (IS e CN)

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