O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou com uma tentativa de "golpe" a iniciativa de integrantes do partido contra sua pré-candidatura à Presidência da República. Ele destacou o fato de ter vencido as prévias da legenda, em novembro, e sustentou que a tentativa de ignorar esse resultado é "torpe e vil".
"Diante de prévias realizadas com o amparo da Justiça Eleitoral, com investimentos também registrados na Justiça Eleitoral — foram 10 milhões investidos para que o partido fizesse suas prévias —, as prévias valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe, uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar o PSDB", criticou, em entrevista coletiva, ontem.
Doria afirmou que as prévias foram homologadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Foram realizadas durante três meses em todo o Brasil. Quarenta e quatro mil eleitores do PSDB votaram. Houve a homologação do resultado num ato celebrado em Brasília com os três candidatos que disputaram: o senador Arthur Virgílio, o governador Eduardo Leite e eu, com a presença do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Portanto, as prévias têm validade", acrescentou.
Diante da articulação de integrantes tucanos, aliados de Doria cobram uma posição firme do presidente nacional do partido, Bruno Araújo, coordenador da pré-campanha do governador paulista.
"Esperamos uma manifestação do Bruno (Araújo) para garantir que a democracia interna seja respeitada", disse Fernando Alfredo, presidente do PSDB na capital paulista. O dirigente, porém, ainda não se manifestou.
Liderado pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), o grupo que faz oposição a Doria na legenda acredita que pode reverter o resultado das prévias na convenção da sigla, em junho.
Leite
Hoje, Eduardo Leite deve anunciar que deixará o governo do Rio Grande do Sul. Focado em entrar na corrida pelo Palácio do Planalto, ele pode deixar o PSDB e se filiar ao PSD ou permanecer no partido tucano, o que é mais provável. Doria, portanto, é o entrave para os planos do gestor gaúcho.
Para apoiadores de Leite, como Doria não cresce nas pesquisas de intenção de voto, pode dar lugar ao governador do Rio Grande do Sul se houver um pedido do MDB e do União Brasil em nome de uma aliança com os tucanos.
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