Moeda de troca

A escolha de um novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), para vaga a ser aberta pela aposentadoria da ministra Ana Arraes, em julho, ocorrerá somente após as eleições de outubro. O lugar é da Câmara dos Deputados e vem sendo tratado nos bastidores como um grande ativo para que o atual presidente da Casa, Arthur Lira — se reeleito deputado federal, e tudo indica que será —, monte seu jogo para mais dois anos no comando do Legislativo, seja quem for o próximo presidente da República. Até aqui, cinco deputados já se apresentaram: Soraya Santos (PL-RJ), Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), Hugo Leal (PSD-RJ), Danilo Forte (PSDB-CE) e Fábio Ramalho (MDB-MG). Outros nomes virão.

Nem os ministros do TCU estão preocupados com atrasos nessa escolha. É que há quatro substitutos para a hipótese de afastamento de algum dos ministros titulares. Aliás, o próprio Arthur Lira já foi informado de que não precisa ter pressa. E, como este semestre a Câmara deve continuar com as votações pelo sistema remoto e restabelecer o sistema 100% presencial somente depois das eleições, ninguém está ansioso por essa escolha. A não ser, obviamente, os candidatos.

O teste de Ribeiro

A ida do ministro da Educação, Milton Ribeiro, ao Senado, esta semana, é vista no meio político como uma prova para verificar o grau de apoio que ele mantém na bancada evangélica. Se não conseguir ninguém que o defenda, o futuro no ministério fica mais incerto.

O risco da terceira via

Mantida a polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro, os demais postulantes terão dificuldades em encontrar quem replique suas respectivas campanhas nos estados e municípios. Não são poucos, hoje, os candidatos a governos estaduais e ao Senado que dizem, entre quatro paredes, que vão cuidar da própria vida e deixar que cada candidato ao Planalto se vire atrás de voto.

Leite ressabiado

A polarização e o risco de abandono foram cruciais para levar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a rever a decisão de deixar o PSDB para concorrer à Presidência da República pelo PSD. A avaliação de muitos aliados é de que, no PSD, correria o risco de ficar sozinho.

Assim não dá

Os bolsonaristas buscam um discurso para explicar a equação dos valores dos combustíveis. Afinal, mesmo com impostos federais reduzidos e dólar mais baixo, não se vê a redução dos preços ao consumidor final.

Missão/ O ministro da Cidadania, João Roma, bateu o martelo e será mesmo candidato ao governo da Bahia, a fim de montar um palanque para o presidente Jair Bolsonaro. Na filiação hoje, em Brasília, essa definição estará sacramentada.

Imagem não falta/ O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (foto), não deixa uma passagem por São Paulo sem registro em vídeo. Já está tudo armazenado e catalogado para mostrar na campanha ao governo do estado.

Hora do relax/ Para fugir da rotina estressante no Planalto, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, tem recorrido ao... beach tennis, no Iate Clube. "Quando consigo sair cedo, não falto", diz.

Política & rock/ Os advogados de Jair Bolsonaro podem até recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os organizadores do Lollapalooza evitem manifestações como a de Pablo Vittar em favor de Lula. Porém, vai ser difícil segurar o público e até mesmo os artistas. Nos bastidores, tem gente dizendo que pode até pagar multa, mas não vai deixar de se manifestar.