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União nega que Moro disputará o Planalto

Legenda desiste de expulsá-lo e afirma que compromisso do ex-juiz é com São Paulo

Victor Correia
postado em 03/04/2022 00:01
 (crédito: Sergio Lima)
(crédito: Sergio Lima)

O União Brasil desistiu, ontem, de expulsar o ex-juiz Sergio Moro, mas deixou claro que o seu papel com o partido é em São Paulo, e não concorrendo ao Palácio do Planalto. A decisão foi anunciada em nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, pelo secretário-geral ACM Neto — que encabeçava o pedido de impugnação — e pelo presidente da legenda em São Paulo, Antônio Eduardo de Rueda.

"Sua filiação ao União Brasil tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país", afirma a nota. E complementa: "O ex-ministro Sergio Moro é um homem íntegro, capaz de enriquecer, junto às demais lideranças partidárias, a discussão sobre o futuro que almejamos para o país".

"Tudo pacificado"

Procurada, a assessoria do ex-juiz disse que "a nota mostra que está tudo pacificado e que Moro tem duas missões: reforçar o projeto do União em São Paulo e participar das negociações para a construção de uma unidade entre as forças do centro democrático".

Uma ala da legenda, liderada por ACM Neto, não aceitava que Moro concorresse à Presidência e pediu a expulsão do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro. O deputado Efraim Filho (PB); a deputada Professora Dorinha (TO); o senador Davi Alcolumbre (AP); o ex-senador José Agripino Maira; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; o prefeito de Salvador, Bruno Reis; e o ex-deputado Mendonça Filho eram os outros caciques partidários que exigiram a saída imediata de Moro.

O grupo divulgou, na última sexta-feira, que pediria a impugnação do ex-juiz, logo depois que ele voltou atrás na decisão de desistir da corrida presidencial e dizer que não tinha aberto mão do projeto de tentar suceder o presidente Jair Bolsonaro. A desistência era parte de acordo com o União Brasil para a filiação. Se fosse expulso, Moro não poderia concorrer a nenhum cargo nas eleições.

Articulação

Tanto a nota divulgada pelo União Brasil quanto o pronunciamento de Moro na sexta-feira indicam que, se não puder concorrer, ele deve atuar na articulação da candidatura única da terceira via, que vem sendo negociada pela sua legenda com o PSDB e o MDB.

Moro reuniu-se, ontem, com Eduardo Leite (PSDB), em São Paulo, para discutir a terceira via. No dia anterior, encontrou-se com a pré-candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet, com o mesmo intuito.

"Conversei com Eduardo Leite sobre o momento político do país e sobre a necessidade da união do centro que está sendo liderada no União Brasil por Luciano Bivar", afirmou Moro, ontem, em suas redes sociais.

Ao divulgar o encontro com Tebet, na sexta, o ex-juiz disse, ainda, que "democratas não podem se conformar com os autocratas Lula e Bolsonaro. Precisamos da indignação e do apoio de todos os brasileiros de bem".

Nos bastidores das três legendas, há conversas de uma chapa futura com Leite para a Presidência e Tebet de vice. Oficialmente, porém, o pré-candidato do PSDB é João Doria, que enfrenta falta de apoio dentro do próprio partido.

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