Declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desencadearam trocas de hostilidades entre petistas e bolsonaristas ontem. O pré-candidato ao Planalto afirmou a sindicalistas que é melhor eles abordarem deputados e seus familiares em casa do que fazerem manifestações no Congresso para ter propostas atendidas.
"Se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa, não é para xingar não, é para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho dele. Incomodar a tranquilidade dele surte muito mais efeito do que fazer a manifestação em Brasília", afirmou Lula.
A reação de bolsonaristas foi imediata. Alguns ameaçaram pegar em armas. Em vídeo, o deputado Junio Amaral (PL-MG) ensinou como chegar à casa dele, enquanto engatilhava uma pistola. "Eu estou esperando você lá, tanto sua turma quanto você. Vai lá conversar com a minha esposa, com a minha filha. Vocês serão muito bem-vindos", ironizou.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também ameaçou. "Meu lar é inviolável. Minha família é sagrada. Digo uma coisa para vocês: na minha casa tem pistola", advertiu, também em vídeo.
No fim do dia, Zambelli e um grupo de deputados bolsonaristas protocolaram uma notícia-crime contra Lula no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles pedem que o ex-presidente mantenha distância de 300 metros dos parlamentares e seja impedido de entrar no Congresso "como medida de garantia da ordem pública".
Por sua vez, o PT fez uma representação contra Junio Amaral no Conselho de Ética da Câmara. A legenda apontou ameaça, incitação ao crime e apologia de crime ou criminoso. O partido argumenta que a resposta do parlamentar foi "desproporcional, autoritária, odiosa, totalmente incompatível com o que se espera de um deputado federal".
"As ações do representado, além de criminosas, configuram verdadeiras exortações de ódio aos adversários políticos reais e/ou imaginários, o que não pode ser admitido", sustentou o PT.
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