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Promessas, críticas e apelos

Pré-candidatos da terceira via e integrantes do Judiciário comentam o momento político do país em conferência internacional. Enquanto políticos atacam Lula e Bolsonaro, ministros destacam ação institucional

Sarah Paes Especial para o Correio
postado em 11/04/2022 00:01
 (crédito: Carlos Moura/ SCO/STF)
(crédito: Carlos Moura/ SCO/STF)

Entre painéis temáticos e sabatinas, o evento Brazil Conference, que ocorreu durante o final de semana nos Estados Unidos, tornou-se palco de discussão de propostas de pré-candidatos à presidência da República. De maneira presencial ou por videoconferência, Sergio Moro (União Brasil), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB) defendaram propostas para a educação, segurança pública, segurança ambiental, enfrentamento à pobreza e a fome no Brasil.

O evento também contou com a participação de ministros do Superior Tribunal Federal (STF). Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski expuseram suas reflexões.

Pré-candidato que está mais próximo de Lula e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes (PDT) fez duras ao ex-presidente enquanto respondia questões relacionadas à indústria brasileira, à economia e à educação. Disse que é preciso furar o bloqueio da dualidade política do Brasil. "O meu objetivo é superar a miséria e a desigualdade, esse objetivo é honesto, tem que entender o Brasil como ele é. Um país negro e feminino", afirmou.

O pré-candidato do PDT que disse que só vai escolher o vice em julho. E criticou a declaração de Lula a favor do aborto. "Por que o Lula tinha que dar uma declaração estapafúrdia como a que ele deu agora, de que todo mundo tem direito a fazer aborto? Que coisa mais simplória para um assunto tão grave. (…) Qual o poder que Lula tem, sendo presidente por 14 anos, ou mandando na Presidência do Brasil, que não resolveu essa questão? Porque ela é insolúvel", declarou Ciro.

Pré-candidata da união da terceira via, a senadora Simone Tebet (MDB), disse estar preparada para liderar o país. "Não é possível continuarmos com esta polarização ideológica, é preciso pacificar a política brasileira para termos estabilidade econômica, segurança jurídica e voltarmos a crescer. Gerar emprego, renda e tirar definitivamente o Brasil do mapa da fome, da miséria e da desigualdade social", comentou.

Pré-candidato pelo PSDB, João Doria citou feitos realizados durante sua gestão no governo de São Paulo. Pregou o consenso entre as siglas que articulam uma candidatura única e criticou o atual governo. "O que já era ruim ficou pior diante da incapacidade do governo", disse. Indicou que, apesar de buscar o consenso entre as legendas do centro, não deve abrir mão de ser o candidato escolhido pelo grupo.

Também convidado para a conferência, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) participou de um painel, mas não foi sabatinado. Questionado sobre sua candidatura afirmou, "tô na pista para negócio!".

Verdade e Justiça

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deixou claro o papel que representa. "Sou um ator institucional e não político, então o meu papel é cuidar em defender as instituições, a democracia", disse. Em uma crítica às fake news, ressaltou a necessidade de defender a verdade.

"Nós precisamos, no Brasil, restabelecer o poder da verdade. Da verdade possível e plural dentro de uma sociedade aberta. Mas precisamos enfrentar esse mundo da desinformação, da mentira deliberada e das teorias conspiratórias", disse.

O ministro dividiu sua fala em três partes: a busca da verdade possível neste mundo da desinformação, a democracia e a pressão que ela tem sofrido do populismo autoritário e uma agenda para o Brasil. "O que faz um país é um conjunto de ideias e de valores que nos unem e que nos fazem trabalhar conjuntamente para realizá-los. A minha agenda para o Brasil passa por três eixos: integridade, enfrentamento a pobreza extrema e as desigualdades injustas e desenvolvimento sustentável", afirmou.

Ricardo Lewandowski, também ministro do STF, destacou o papel da Corte durante a pandemia e a necessidade de intervenções do Judiciário em tomar medidas eficazes para o combate ao coronavírus. "No Brasil, o governo federal, que é responsável pela coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS), relutou em tomar providências efetivas contra a doença", disse o magistrado.

"A pandemia revelou, dentre outras coisas, as fraquezas e as virtudes das distintas formas de governança. Dentro desta linha, a meu ver, o Judiciário foi decisivo para atuar no combate a pandemia retirando o governo federal da inércia, da paralisia", comentou.

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