No Supremo, cautela sobre o caso

Correio Braziliense
postado em 23/04/2022 00:01
 (crédito: Nelson Jr./SCO/STF)
(crédito: Nelson Jr./SCO/STF)

Após as tentativas frustradas de lançar presidenciáveis como Rodrigo Pacheco, Eduardo Leite e Paulo Hartung, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, está às voltas com a possibilidade de o partido abrir mão de um postulante ao Palácio do Planalto.

Kassab havia anunciado, no mês passado, que o partido sairia com candidatura própria. Mas as dificuldades se impuseram. Outros possíveis nomes da legenda, como Otto Alencar (BA) ou Omar Aziz (AM), deixaram claro que não abririam mão dos projetos nos estados para concorrer à Presidência da República.

A tendência, segundo o deputado federal Fábio Trad (PSD-MS), vice-líder da sigla na Câmara, é de que os estados sejam liberados de alianças e apoiem o presidenciável que desejarem. "Se confirmar a ausência de candidatura própria, a tendência é que os integrantes sejam liberados para definir quem apoiar. Há diferenças regionais: a maioria dos deputados da região Norte, Nordeste e parte da região Centro-Oeste e Sudeste têm preferência por Lula. E o Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, apoia Bolsonaro. Então a tendência será no sentido de liberar", relatou.

A estratégia de Kassab, por um lado, é de não comprometer a construção da bancada. Por outro, o PSD quer se manter como um partido de centro, portanto há a tendência de o presidente do partido apoiar algum candidato que venha a ser definido pela terceira via.

"É complicado fechar com alguém nacionalmente. Kassab está fugindo de qualquer movimento que o engesse com alguém. Escolher um presidenciável para o partido vai contra a lógica que ele tem trabalhado para os acordos que estão sendo feitos regionalmente. Muita gente ficaria desconfortável", comentou uma fonte do partido ao Correio. "(Kassab) vai fazer que nem o União Brasil está fazendo: fica sem candidatura própria e libera quem está sem candidato", acrescentou.

Cauteloso, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou ainda não ter conversado sobre o assunto com Kassab, o que deve ocorrer nos próximos dias. "O ideal seria o PSD ter candidato próprio no primeiro turno. Mas realmente esta estratégia de campanha é responsabilidade do Kassab que tem sido um excelente articulador e líder", alegou.

Também está prevista uma conversa com o senador Omar Aziz, no Amazonas. Ambos manifestaram apoio a Lula com aval da própria cúpula pessedista, mesmo quando a legenda ainda buscava uma candidatura presidencial.

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