CURTIDAS

Correio Braziliense
postado em 23/04/2022 00:01

Fragilidade da economia em segundo plano

O indulto a Daniel Silveira deixou o presidente Jair Bolsonaro no campo do enfrentamento que aglutinou seu público na eleição de 2018 e, de lá, o presidente só pretende sair quando a economia obtiver um respiro. Assim, ele consegue reunir grande parte do eleitorado conservador e o contingente de eleitores que mantém uma visão mais crítica ao STF.

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Só tem um probleminha: ao mesmo tempo em que o enfrentamento ao STF anima o segmento mais radical ligado ao presidente, a atitude atrapalha a economia. Desde o indulto, o dólar subiu, a bolsa caiu. E se os preços continuarem subindo, não haverá indulto que mantenha o eleitor feliz com o presidente Bolsonaro.

Calar para mediar

A discrição do presidente da Câmara, Arthur Lira, em relação ao indulto do presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira é justamente para deixar a espuma se desfazer. A ordem é apurar o sentimento da Casa ao longo do fim de semana.

Eles não querem interferência

De um modo geral, os parlamentares não querem ver o STF dizendo se um deputado deve ou não continuar no exercício do mandato. Daí, o recurso apresentado por Lira em pleno feriado de Tiradentes, para tornar a cassação de mandato atribuição exclusiva do plenário da Câmara.

Veja bem

Lira não quer briga com o STF, muito menos com os deputados. Afinal, enquanto potencial candidato à reeleição para mais um mandato no comando da Câmara, ele precisará dos votos dos bolsonaristas. E a turma de Lula declara desde já que não quer saber de reconduzi-lo ao cargo.

Ali, tem apoio

Na semana passada, a coluna publicou a declaração do secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, que rechaça o apoio a Lira para mais dois anos como presidente da Câmara. Sem o lastro petista, o líder do Centrão está cada vez mais ligado aos bolsonaristas.

Eletrobras, onde "pega"

O governo quer fechar este mandato com a privatização da Eletrobras, mas o mercado está com um pé atrás. Até porque, com Lula na liderança das pesquisas, há um receio de que qualquer decisão tomada este ano sobre a venda da empresa possa ser revista em 2023.

A decepção de Michelle/ Madrinha da indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não quer mais nem ver o ministro. Ela considerou o voto dele no caso Daniel Silveira uma "traição". Aliás, a presença dela quando o presidente fez o anúncio do indulto foi justamente para deixar clara a sua posição a respeito.

Vai que é tua/ Com o apoio de Eduardo Leite a João Doria, cai uma das justificativas que os aliados do ex-governador paulista têm usado para explicar o baixo índice nas pesquisas. Agora, pelo menos, esse ponto está resolvido.

Mas nem tanto/ A ala que não gosta de João Doria também decidiu dar um prazo para ver se o governador agrega mais votos. Doria, porém, acredita que crescimento mesmo, ele só conseguirá na campanha oficial. Ou seja, em 18 de maio, a aposta é a de que nada estará decidido.

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