O futuro da terceira via articulada pelos partidos de centro PSDB, União Brasil, MDB e Cidadania segue indefinido. Com o adiamento da reunião entre os presidentes das quatro legendas, os critérios de escolha dos nomes da chapa dos quatro partidos seguem indefinidos. Critérios esses que são fundamentais para as pretensões do ex-governador de São Paulo João Doria, que quer emplacar um novo coordenador de campanha, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. Em entrevista ao Correio, Vinholi disse que a campanha de Doria entrará em nova fase, a partir desta semana. O pré-candidato tucano, que tem a viabilidade eleitoral questionada inclusive por tucanos, iniciará uma série de viagens pelo país para tentar melhorar nas pesquisas de intenção de votos e negociar apoios e palanques regionais. A ideia de Vinholi é resgatar o João gestor, aquele que tem soluções para os problemas das pessoas. O novo coordenador tem menos de um mês para fazer de Doria o representante do campo democrático.
Como vai ser a retomada da campanha do Doria, com o senhor no comando?
Nós temos a dinâmica de muita agenda pelo país, Doria vai rodar o Brasil em pré-campanha neste próximo período, vai tratar da montagem dos palanques estaduais, a montagem de um programa econômico pujante para diminuir a inflação e apresentar soluções para a distribuição de renda, para a retomada do desenvolvimento. Esse é o foco principal deste momento. Evidentemente, seguir dialogando com o centro democrático na possibilidade da formação de uma candidatura conjunta e, aglutinando forças e ampliando essa maioria que tivemos na definição das prévias.
Como o senhor vê a posição de Eduardo Leite, em relação ao apoio a Doria?
No meu entendimento, se solidifica mais a posição que foi dada no fim das prévias. Eduardo Leite já havia declarado apoio a João Doria, vencedor das prévias do partido. Esse é o ponto fundamental e, no meu entendimento, é o ponto correto de um partido que valoriza a democracia interna.
Doria se considera o legítimo cabeça de chapa nessa negociação? Ou ele vai
reduzir o tom e tentar convergir para uma saída unificada?
Ele venceu as prévias, tem a legitimidade como o único pré-candidato do PSDB e, dentro desse processo legítimo, um marco importantíssimo para o partido, há a valorização da democracia interna. Paralelamente a isso, temos a construção conjunta que está se dando no campo do centro democrático, evidentemente respeitando todos os pré-candidatos. Mas eu, como coordenador da campanha, tenho que dizer que, hoje, se consegue enxergar uma evolução de Doria nas pesquisas, ele é o mais bem posicionado neste momento, já teve um crescimento nas pesquisas da semana passada, e a gente espera que isso possa ser uma constante pra representar esse campo democrático como uma alternativa viável frente à polarização radical de Bolsonaro e Lula. Evidentemente, respeitando a posição dos outros partidos. Nós vamos discutir em conjunto, estabelecer critérios para que essa decisão possa ser uma decisão que viabilize uma solução para o Brasil.
O que o senhor pretende
fazer para mudar a imagem
do ex-governador em relação aos índices de rejeição?
É importante registrar que, hoje, as maiores rejeições do país são daqueles dois que estão em campanha liderando a intenção de voto, Lula e Bolsonaro, fruto dessa polarização do momento. A rejeição ao João Doria vem melhorando, a gente viu nas pesquisas uma melhora nesse indicador — de 20% de fevereiro para cá — e acho que isso é uma tendência, seguir melhorando. O que nós vamos fazer é seguir pautado pela verdade, pela coerência, demonstrando cada vez mais a importância que foi a luta pela vacina feita aqui (em São Paulo) por João Doria, a responsabilidade frente ao combate da pandemia, ao desenvolvimento econômico que ele pode alavancar, sobretudo neste momento duro que nós passamos, gerando emprego e renda, destoando dos índices nacionais. Essa verdade, demonstrada de modo transparente para a população, vai melhorando esses indicadores e apresentando Doria como uma alternativa viável frente a esses dois polos radicais postos no país.
Como é a relação
com a equipe de marketing
do pré-candidato?
Tenho uma ótima relação, a equipe é muito bem articulada, (o marqueteiro) Lula Guimarães é um profissional muito experimentado, fez com muito sucesso a campanha de João para a prefeitura de São Paulo, tem tudo para ter sucesso nessa campanha também. Convivi com Lula Guimarães nesse período da campanha da prefeitura, em campanhas municipais.
A campanha do
PSDB já tem cara?
Tem, sim. Essa cara passa por apresentar a trajetória do João como alguém que, de fato, pode ser o gestor do Brasil. O João trabalhador pode, de fato, dentre as candidaturas postas, ser a melhor alternativa para melhorar a vida das pessoas. É o João trabalhador, o João gestor, o João que vai na realidade das pessoas. Essa é a cara da nossa campanha.
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