Um gesto para dar a vitória à própria base

Correio Braziliense
postado em 28/04/2022 00:01
 (crédito: maurenilson freire)
(crédito: maurenilson freire)

A decisão de tornar o Auxílio Brasil de R$ 400 permanente, conforme emenda do líder do Republicanos, Hugo Motta, foi tomada sob encomenda para dar aos governistas o discurso que impedisse ampliar para os R$ 600 defendidos pelo União Brasil e pela oposição. De quebra, a base do presidente Jair Bolsonaro ainda sai com a narrativa de que levou o governo a rever a proposta de encerrar o Auxílio em dezembro de 2022. A oposição, por sua vez, não teve saída, senão aceitar a proposta do deputado João Roma (PL-BA), que, quando ministro da Cidadania, implantou o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.

A negociação de João Roma foi lida no Planalto como um gol que tirou o governo do desgaste e da discussão dos R$ 400 versus R$ 600. No governo, diz-se que, se Bolsonaro for reeleito, João Roma terá assento garantido no ministério.

Lula, fase um

O discurso de Lula sobre o aborto, revisão da reforma trabalhista e militares em cargos civis foi feito com o objetivo de agregar os partidos de esquerda em torno de sua candidatura. Deu certo. PSol, que, em 2018, lançou Guilherme Boulos, já fechou com Lula. Assim como o PSB, que não apoiou integralmente o PT, e o PCdoB. Naquele ano, a legenda ensaiou a candidatura de Manuela D'Ávila, que terminou vice de Fernando Haddad.

Lula, fase dois

Agora, o ex-presidente voltará sua atenção para o centro, de olho em construções que possam levar a turma da terceira via a apoiá-lo num provável segundo turno contra Bolsonaro. O PT acredita que a polarização está posta e não tem mais volta. Esse discurso moderado e voltado ao centro começa em 3 de maio, no ato com Paulinho da Força, do Solidariedade.

Daniel, jurista de recado

A indicação do deputado Daniel Silveira para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pelo seu partido, o PTB, foi vista como uma chacota ao Supremo Tribunal Federal e um recado: ali, na Câmara, quem manda são os deputados.

Finalmente

O governo federal enviou uma comissão para verificar a denúncia de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos. Antes tarde do que nunca.

Eles são de todos/ Todos os pré-candidatos ao Planalto que foram à 23ª Marcha dos Prefeitos saíram de lá com a sensação de que terão apoio da maioria dos prefeitos. Só tem um probleminha: nos bastidores, os prefeitos só querem saber mesmo é das RP9, as emendas
de relator.

Apostas/ O União Brasil calcula que poderá eleger dez deputados no Rio de Janeiro. Para isso, porém, quer distância da tal terceira via e uma aproximação com Jair Bolsonaro.

Sai daí rapidinho!/ Aliás, os planos estaduais do partido é que levam o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, a pensar seriamente em abandonar as conversas da terceira via com o PSDB, o Cidadania e o MDB. Ele já percebeu que dificilmente sairá consenso entre essas agremiações. A avaliação no União é a de que João Doria, do PSDB, não desistirá da candidatura. Nem Simone Tebet, do MDB.

Enquanto isso, no Ceará.../ O ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) é pré-candidato a deputado federal e, se eleito, tem grandes planos. Por exemplo, concorrer à Presidência da Câmara, se Lula vencer a eleição presidencial.

... o céu é o limite/ Depois que o secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, declarou com todas as letras à coluna que não irá apoiar Arthur Lira, os aliados de Lula estão todos pensando em ocupar a cadeira onde hoje está o alagoano.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags