PALÁCIO DO PLANALTO

Em discurso, Bolsonaro diz que "chefe do Executivo mente"; veja vídeo

Durante solenidade, o presidente acusou o ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE, de mentir e acabou dizendo que o "chefe do Executivo mente"

Thays Martins
postado em 28/04/2022 14:00 / atualizado em 22/05/2022 15:02
 (crédito:  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) repercutiu nas redes sociais. Na quarta-feira (27/4), durante um Ato Cívico pela Liberdade de Expressão realizado no Palácio do Planalto, o presidente disse que o "chefe do Executivo mente". O evento foi realizado após Bolsonaro conceder graça presidencial ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) depois dele ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por declarações contra a Corte. 

No momento, Bolsonaro acusava o ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de mentir e acabou por atribuir a conduta ao chefe do Executivo, sem se dar conta que estava se referindo a si. "Mente o ministro Barroso quando diz que é sigiloso. Mente. Uma vergonha. Para as Forças Armadas se um militar mente acabou a carreira dele, um subtenente não sai tenente, um coronel não sai general. E temos um chefe do Executivo que mente", disse. 


No discurso, Bolsonaro falava sobre uma possível anulação das eleições e relembrou um suposto inquérito da Polícia Federal sobre uma invasão hacker à rede do TSE em 2018. Os dados foram obtidos pelo relator da proposta do voto impresso, deputado Filipe Barros (PSL-PR), e divulgados por Bolsonaro no ano passado. 

Os documentos são sobre um suposto ataque ao sistema do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) em abril de 2018, antes do período eleitoral. Também é relatado uma suposta invasão dos sistemas internos do TSE, a intranet do tribunal, que não relação com o sistema eleitoral, em novembro de 2018. 

Na época, o TSE divulgou nota em que diz que embora o processo seja sigiloso, as informações sobre o ocorrido foram amplamente divulgadas e que o ataque não  representou qualquer risco à integridade da eleição, já que o código-fonte dos programas utilizados passaram por “sucessivas verificações, testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada anormal ocorreu”. 

Nesta quarta, Bolsonaro retomou o assunto e disse que o inquérito não é sigiloso. "Não pensem que uma possível suspeição de uma eleição vai ser apenas um voto para presidência, vai entrar para o Senado, para a Câmara, se tiver, obviamente, algo de anormal. Eu gostaria, me dirigindo ao excelentíssimo ministro Barroso, uma pessoa que fala muito bem, tem um currículo invejável, aquele inquérito aberto em novembro de 2018 tivesse o seu deslinde, queremos seu parecer. Não poderia ter eleições em 2020 sem a conclusão daquele inquérito, que não era sigiloso. Mente o ministro Barroso quando diz que é sigiloso. Mente. Uma vergonha", afirmou. 

Bolsonaro ainda ironizou o convite feito pelo TSE para que as Forças Armadas participem do processo eleitoral. "Eles convidaram as Forças Armadas a participar do processo. Será que ele se esqueceu que o chefe das Forças Armadas se chama Jair Messias Bolsonaro?", disse. "Nós não seremos moldura. Não iremos para lá para bater palmas", completou.

As declarações de Bolsonaro vem após Barroso declarar que as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar as eleições. O Ministério da Defesa classificou a afirmação como "ofensa grave". 

 

 


 

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