Eleições 2022

Candidatura de Doria depende de alianças, diz presidente do PSDB

Bruno Araújo também afirmou que não haverá coibição para que Leite faça articulações

Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, admitiu, nesta sexta-feira (1º/4), em coletiva de imprensa no evento de filiação de Rodrigo Maia (SP), que João Doria sofre uma oposição interna à manutenção da candidatura ao Palácio do Planalto. Ele também confirmou que a continuidade do paulista na disputa dependerá de alianças com outros partidos.

Os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania negociam uma coligação com candidatura única, que deve decidir um nome para disputar a tão falada "terceira via". "O partido está unido no propósito de construir uma candidatura. Claro que há uma discordância em relação à candidatura de João Doria, porque é evidente o grau de oposição interna. Mas temos um jogo a ser jogado, primeiro com as prévias, e agora na busca dessa unidade dentre o conjunto de todos os candidatos", afirmou o tucano. 

Já Doria, reafirmou que não há um clima de hostilidade dentro do partido. "Há um clima de busca de entendimento. Isso é normal no período que antecede a campanha", minimizou. De acordo com aliados do paulista, a carta divulgada, na quinta-feira (31/3), por Bruno Araújo, foi um sinal de comprometimento entre ele é o pré-candidato do partido.

Sobre a permanência de Eduardo Leite (RS) no PSDB e as falas na coletiva de descompatibilização, Araújo classificou como “jogo político”. Para ele, durante toda a especulação ocorrida na quinta-feira, com a possibilidade de João Doria continuar no governo de São Paulo, Leite manteve uma postura “madura” em relação ao ocorrido e as crises que poderia ter sido geradas. 

"Leite teve comportamento extremamente maduro, ético e correto. Poderia ter usado essa crise do tucanato em São Paulo para gerar outra. Ele fez referência ao reconhecimento [das prévias]. O que está na carta nada mais é do que exatamente a verdade, não foi dado uma vírgula a mais do que os fatos. Esse é um dos motivos do respeito que Leite tem por parte de todos no partido", alegou.

"João Doria é pré-candidato, mas volto a dizer: ninguém vai poder coibir qualquer movimento de qualquer liderança política de qualquer partido. Leite disse que vai continuar, sem mandato, se habilitando para qualquer chamamento, isso é do jogo", completou.

Doria confirmou que a atitude faz parte da democracia e comparou as divergências de opiniões dentro da sigla à brigas de família. "A gente tem que saber entender posições distintas das nossas, a democracia é isso. [...] O movimento é único, não é a favor de um candidato, é a favor do Brasil", explicou.

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